7 em 10 empresas não tem métricas de etarismo

Pesquisa da Robert Half e Labora revela que 66% dos desempregados apontam preconceito de idade como obstáculo para recolocação

É amplamente reconhecido que a diversidade impulsiona a inovação e o crescimento sustentável. Contudo, à medida que o debate sobre diversidade avança, a questão intergeracional ainda é frequentemente negligenciada.

 A segunda edição da pesquisa sobre etarismo, conduzida pela Robert Half e Labora, revela que, apesar de progressos, 70% das empresas não possuem indicadores claros para medir o avanço de suas ações, e muitos ambientes corporativos permanecem alheios ao preconceito etário.

“Para criar um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo, é essencial promover a conscientização sobre etarismo e investir em treinamento contínuo para funcionários de todas idades. Muitas vezes, preconceitos inconscientes passam despercebidos, mas têm um impacto significativo na criação de  ambientes corporativos multigeracionais saudáveis e eficientes”, alerta Sergio Serapião, fundador e CEO da Labora.

Em 2023, 80% das empresas não possuíam métricas claras para avaliar o sucesso das iniciativas de inclusão geracional. Destas, 23% apontaram que estavam desenvolvendo algo nesse sentido. Em 2024, esse número caiu para 70%, o que indica que algumas companhias realmente começaram a avançar na implementação de indicadores.

A maioria das empresas (61%) ainda não tomou medidas para reter profissionais acima de 50 anos, embora este número represente uma melhoria em relação ao ano passado, quando 71% das empresas admitiam não ter adotado ações nesse sentido. Entre as iniciativas para reter esses profissionais, destacam-se o monitoramento do desenvolvimento de colaboradores 50+ e revisões periódicas para garantir que os programas adequados estejam em vigor. Nenhuma prática, no entanto, sobressaiu-se de forma significativa.

O estudo revela que 77% das empresas não possuem iniciativas intencionais para aumentar a diversidade geracional em seus processos seletivos. Dessas, 39% estão discutindo a implementação de medidas, enquanto 38% acreditam que não precisam de ações específicas, presumindo que qualquer pessoa pode participar dos programas existentes.

Para atrair profissionais da faixa etária acima de 50 anos, diversas ações foram rompidas. Uma delas é o treinamento da equipe de recrutamento, focado em minimizar as visões inconscientes relacionadas à idade, que representam 11,15% das iniciativas. Além disso, a divulgação de vagas em plataformas especializadas em diversidade também se destaca, com uma participação de 9,91%. Por último, os programas de vagas afirmativas voltadas para a contratação de profissionais com 50 anos ou mais comprometidos a 6,50% das ações assumidas.

“Para reverter o quadro de disparidades geracionais nas empresas, é necessário revisar e ajustar os processos de recrutamento para garantir que não existam vieses etários. Ao utilizar critérios baseados em habilidades e experiências, em vez de idade, as companhias podem promover uma maior diversidade geracional em suas equipes, assim como melhorar a qualidade da contratação e a performance do time”, destaca Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul. 

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