Para aperfeiçoar seus modelos de inteligência artificial, a Meta passou a utilizar dados públicos compartilhados por brasileiros no Instagram e no Facebook. Isso inclui vídeos, fotos e até legendas, que estão sendo usados como insumos para a empresa alimentar e treinar suas IAs generativas.
A mudança na política de privacidade ocorre no momento em que a gigante das redes sociais expande o recurso “IA da Meta”, que integra um robô de IA generativa no WhatsApp, Instagram e Facebook. A ferramenta será gradualmente disponibilizada no Brasil a partir de julho.
“Como são necessárias uma quantidade grande de dados para treinar modelos eficazes, uma combinação de fontes é usada para treinamento”, afirma a empresa. A Meta utiliza dados disponíveis online e também “informações compartilhadas em seus produtos e serviços”, como postagens, fotos e legendas.
Na União Europeia, ao contrário do que ocorreu no Brasil, os usuários foram notificados sobre a alteração na política de privacidade, o que gerou reação por parte das autoridades de dados do bloco. Na última sexta-feira, após um pedido da Comissão de Proteção de Dados (DPC, na sigla em inglês) da Irlanda, a Meta informou que adiaria o início dos treinamentos de IA com informações dos usuários europeus.
A alteração tem gerado reações nos Estados Unidos, como de artistas que estão deixando o Instagram para impedir que IA seja treinada com seus trabalhos autorais. A ausência de legislação de dados rígida no país, no entanto, faz com que não haja opção de se opor ao treinamento. A única saída, por lá, é tornar a conta privada.
No Brasil, em razão da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a companhia fornece a possibilidade do “direito a objeção”, ou seja, do perfil optar por não ter suas informações públicas usadas para o treinamento das IAs. O processo pode ser feito diretamente nas redes sociais.