A saúde mental dos colaboradores é um tema cada vez mais relevante nas organizações. Com a pandemia da Covid-19, o cuidado com o bem-estar emocional dos profissionais ganhou ainda mais destaque, uma vez que o isolamento social, a incerteza e o medo têm impactado diretamente a saúde mental das pessoas, que reaprendem a viver em um mundo que não parece mais o mesmo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão e a ansiedade custam à economia global US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade. Em contrapartida, a inteligência emocional parece salvar o mercado, visto que profissionais felizes no trabalho são 12% mais produtivos, como aponta um estudo da Universidade de Oxford.
O problema é que um dos maiores desafios enfrentados por uma empresa é que o estresse e os comportamentos de risco que os trabalhadores têm ao longo do tempo não são geridos e diagnosticados da forma como deveriam. Como consequência, essas pessoas que não estão aptas a tomar decisões no ambiente de trabalho podem prejudicar sua performance em equipe e, em profissões mais extremas, colocar a própria vida e de várias pessoas em jogo.
Por isso, é importante identificar o que falta nas empresas para que os ambientes organizacionais sejam mais acolhedores para aqueles colaboradores que, em qualquer momento da vida, podem sofrer um impacto emocional que acarreta na sua performance.
Então, por que as empresas continuam tão engessadas para falar abertamente de saúde emocional no ambiente de trabalho? Será um problema dos líderes, que são rígidos demais com as demandas, ou a falta de diagnósticos com dados concretos da área de Recursos Humanos? As soluções de acolhimento são eficientes?
Cada pessoa é um contexto. Somos complexos e, por isso, cada momento da nossa vida pode definir a nossa disposição, criatividade, segurança e sentimento.
Em um mundo ideal, as organizações deveriam, simplesmente, entender o momento de vida em que o colaborador está e o que ele traz de fora para a sua vida profissional. Mas o problema é que recursos e serviços concretos de psicologia e comportamento humano não costumam chegar até os Recursos Humanos com tanta praticidade e, inclusive, acessibilidade.
Muitas vezes, os recursos tradicionais de apoio emocional não são facilmente disponibilizados, seja por questões de custo ou até mesmo pela falta de conhecimento sobre como implementá-los de forma eficaz. Isso cria um cenário em que os colaboradores podem se sentir desamparados em lidar com questões emocionais que afetam o seu bem-estar no trabalho.
No entanto, a tecnologia e as Ciências Humanas podem atuar como soluções inovadoras para ajudar líderes e RH nesse processo de compreender e apoiar os colaboradores. Plataformas digitais, testes de personalidade e ferramentas que avaliam fatores de risco psicossociais fornecem são alguns dos recursos que permitem uma visão mais abrangente da saúde individual dos colaboradores, por meio de dados e análises comportamentais que identificam padrões, tendências e áreas de preocupação.
Além disso, a tecnologia pode facilitar o acesso dos colaboradores ao apoio emocional, como sessões de terapia online, aplicativos de meditação e programas de autocuidado. Essas ferramentas podem ser integradas aos programas de bem-estar existentes nas empresas, proporcionando aos colaboradores uma variedade de opções para cuidar de sua saúde mental.
Portanto, adotar abordagens baseadas em tecnologia e Ciências Humanas pode ser uma ótima estratégia para que as empresas criem uma cultura mais acolhedora e inclusiva, onde os colaboradores se sintam valorizados e apoiados em sua jornada de resiliência pessoal e profissional.