Dizem que existem três tipos de pessoas: o estúpido que não aprende nunca, o inteligente que aprende com os seus erros e o sábio que aprende com os erros dos outros.
Gostaria muito, mas ainda não consegui ser admitido nesse último grupo. Porém continuo tentando.
A lição mais marcante e importante que aprendi foi no início da minha vida adulta, quando fui reprovado no exame da ANPEC (exame para admissão nos programas de mestrado em economia). Sabe quando você tem certeza de que vai conseguir? Afinal, tinha sido um bom aluno durante toda graduação e colegas que eu julgava menos qualificados passaram!
Perdi o chão, frustração somada com a vergonha por ter decepcionado as pessoas que acreditaram em mim.
Foram meses de luto até conseguir entender onde tinha falhado.
Apesar de dispor de tempo e condições para estudar, não me dediquei integralmente. E por quê?
A resposta se mostrou incrivelmente simples. Não sabia o que queria. Estava em dúvida quanto a seguir uma carreira acadêmica ou partir para mercado de trabalho.
Sabe aquela piada “não sei se caso ou compro uma bicicleta” ? Era eu com um pé numa canoa e o outro pé numa outra canoa. E o que aconteceu? Tchibum…
Logo que comecei a trabalhar percebi que se quisesse progredir em qualquer carreira, acadêmica ou não, precisava fazer mestrado.
Já não tinha mais dúvida, estava decidido. Dediquei pouco tempo livre de que dispunha e me preparei para novo exame. Deu certo, fui aprovado!
A sociedade experimentou um grande econômico e social nas últimas décadas que proporcionou uma amplitude de opções nunca experimentada pela humanidade. É como se estivéssemos num banquete, as opções são tantas e todas tentadoras, mas quem consegue comer tudo?
Precisamos eleger uma opção e renunciar ao resto! Quem não sabe isso? Simples de falar, mas nem sempre fácil de executar.
Diante da dificuldade da escolha, tendemos a nos acomodar ao conhecido que é seguro. E, quando ressentimos da falta de oportunidade, esquecemos que elas não aparecem do nada, mas que são construídas através de opções e renúncias.
Sabe aqueles momentos em que você está insatisfeito com seu emprego, por exemplo, e você se sente aliviado após compartilhar suas queixas com alguém próximo?
Muito cuidado, essa é uma armadilha perigosa. Reclamar é como tomar uma analgésico, alivia a dor momentaneamente, mas o problema continua.
Gosto de saber que foi este fracasso que me ensinou a importância de estabelecer prioridades e disciplina para atingir os objetivos.
Em alguns momentos da minha vida corporativa, pedia para as pessoas comentarem sobre os seus fracassos e seu aprendizado.
O desconforto por uma pergunta inesperada era evidente, mas o que mais chamava atenção era que alguns não reconheciam nenhum fracasso. Então pensava comigo: será ele um sábio, tem vergonha e mente, ou simplesmente não reconheceu seu fracasso e perdeu uma boa oportunidade de aprender?
De ninguém é esperado perfeição, mas que aproveitem seus erros e fracassos para se tornarem pessoas melhores. E lembre-se, cabe a você permitir que o fracasso seja definitivo ou transformá-lo numa alavanca para a próxima etapa.