A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos causou forte impacto nas ações de empresas de energia limpa na Europa, que caíram acentuadamente na quarta-feira em resposta às suas promessas de revisar políticas climáticas.
Durante sua campanha, Trump se comprometeu a desmantelar várias iniciativas de energia renovável e revogar regulamentações ambientais estabelecidas pelo presidente Joe Biden, o que gerou preocupações entre investidores sobre o futuro do apoio dos EUA ao setor de energia limpa.
Além de se opor a projetos eólicos offshore, Trump planeja emitir uma ordem executiva já no início de seu mandato para descontinuar esses e outros projetos de energias renováveis. Esse posicionamento mais rígido em relação às regulamentações climáticas e ao financiamento público de energias alternativas nos Estados Unidos levanta incertezas sobre a trajetória global de investimentos em sustentabilidade e combate às mudanças climáticas.
O impacto das promessas de Donald Trump sobre o setor de energia limpa foi imediato, especialmente em relação à sua intenção de abandonar o Acordo de Paris e reverter a Lei de Redução da Inflação de Biden.
A saída dos EUA do Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a 1,5°C, afetaria as características dos compromissos climáticos globais e poderia reduzir a pressão sobre outros países para adotar políticas climáticas mais agressivas. Além disso, a Lei de Redução da Inflação de Biden, que inclui subsídios e incentivos para tecnologias de energia limpa, se tornaria vulnerável à revogação, prejudicando o financiamento de inovações e projetos sustentáveis.
A ocorrência imediata do mercado foi evidente com as quedas significativas nas ações de grandes empresas de energia renovável. A Orsted, maior desenvolvedora eólica offshore do mundo, viu suas ações despencarem 10%, enquanto as fabricantes de turbinas eólicas Vestas e Nordex também sofreram perdas consideráveis, com quedas de aproximadamente 8% e 6%, respectivamente. Essas desvalorizações refletem o recebimento dos investidores quanto a um possível retrocesso nas políticas climáticas dos EUA e à redução do apoio a projetos de energia renovável.