A União Europeia enfrentou o risco de não atingir os níveis necessários de financiamento público para atingir suas metas climáticas até o final desta década, segundo um estudo divulgado pelo Banco Central Europeu nesta quarta-feira.
Embora a UE tenha como objetivo alcançar a neutralidade climática até 2050, essa ambição requer investimentos massivos, liderados principalmente pelo setor privado, mas apoiados por incentivos públicos, como financiamentos diretos e isenções fiscais.
O estudo alerta que os investimentos verdes atuais são muito aquém do necessário para cumprir as metas climáticas de 2030. Esse atraso poderá exigir transportes ainda maiores no futuro, aumentando significativamente os custos de transição para atingir os objetivos propostos.
Embora o financiamento público necessário para este ano e o próximo esteja disponível, uma lacuna pode surgir a partir de 2027, potencialmente exacerbada pela necessidade dos governos de reembolsar fundos recebidos do fundo Next Generation EU, o pacote de recuperação pós-COVID do bloco. O BCE estima que a parcela do setor público de investimentos adicionais relacionados ao clima seja de cerca de 83 bilhões de euros por ano até 2030.
O Banco Central Europeu destacou que, embora os governos nacionais possam contribuir para suprir parte do défice de financiamento, enfrentam desafios significativos devido à necessidade de reembolsar 175 mil milhões de euros em Fundos da Próxima Geração da UE entre 2028 e 2035. Essa obrigação financeira adicional poderá limitar a capacidade dos governos de alocar recursos suficientes para investimentos verdes, agravando o desafio de alcançar as metas climáticas da União Europeia.