A healthtech Axenya desenvolveu um sistema que utiliza inteligência artificial e ciência de dados para encontrar o plano mais adequado para o perfil de funcionários de cada empresa.
A startup se vende como uma empresa capaz de substituir as corretoras tradicionais, mas não se posiciona como uma corretora de fato.A Axenya faz o intermédio entre empresas e planos de saúde. A diferença é que, quando contratada, a empresa usa seu sistema de inteligência artificial e machine learning, com base em dados como quantidade de obesos, hipertensos, grávidas e hábitos de saúde dos colaboradores, para definir o plano com melhor preço e estrutura de hospitais, pronto-socorro e atendimento especializado para aquele grupo de colaboradores.
Ela faz uma avaliação de saúde dos colaboradores e sugere alternativas de prevenção e cuidado para os grupos com maior risco. Essa análise é feita por meio dos dados que colaboradores fornecem ao aplicativo da Axenya. Com base em questionários, leitura facial e associação a smartwatches, a empresa reúne dados como histórico familiar, hábitos, sinais de saúde e predisposição para condições médicas.
Hoje, a sinistralidade média das grandes operadoras de seguros de saúde do país, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), está em 90,1%. Na carteira da Axenya, composta apenas por grandes operadoras, essa média é de 81%.
Com isso a empresa consegue chegar a valores de reajuste menores da sua carteira. No primeiro trimestre de 2023, por exemplo, o pedido de reajuste médio das seguradoras foi de 52,1%, enquanto a empresa negocia reajustes de, em média, 12,6%.
Como a ideia da empresa é reduzir o uso dos planos de saúde, a Axenya tem abordado seus clientes com uma possibilidade de contrato contra intuitivo: quanto menos se usa o plano, maior a taxa paga à healthtech.
Os planos de saúde convencionais passam por uma crise e muitas pessoas no setor apostam que o modelo das principais empresas do setor deva mudar nos próximos anos. Com dificuldades em repassar os custos de atendimento ao cliente, seguradoras têm enfrentado dificuldades de caixa e aumentado a pressão sobre a rede hospitalar.