A Starbucks anunciou a aceleração da implementação de seu novo modelo de atendimento “Green Apron” em todas as suas 18 mil lojas na América do Norte até o final do verão. A medida, inicialmente prevista para alcançar apenas um terço das unidades até o final do ano, foi comunicada pelo CEO Brian Niccol em entrevista à Reuters na terça-feira.
Niccol destacou o modelo como um elemento crucial de sua estratégia de recuperação para a empresa, visando aprimorar a experiência do cliente nas lojas e reverter a queda no crescimento das vendas observada nos últimos trimestres. Segundo o CEO, os testes iniciais do modelo demonstraram agilidade no atendimento e aumento nas vendas, embora não tenha fornecido números detalhados. “Aprendemos e agora sabemos o que precisamos fazer, então vamos escalar”, afirmou Niccol durante a cúpula de liderança da empresa em Las Vegas.
O modelo “Green Apron” integra tecnologia para otimizar o sequenciamento de pedidos e designa um barista exclusivo para os pedidos feitos no drive-thru. A Starbucks já havia implementado as mudanças em 700 lojas. Durante a teleconferência de resultados trimestrais de 29 de abril, Niccol havia mencionado a meta de atingir um terço das lojas nos EUA até o final de 2025.
Desde que assumiu o cargo de CEO em setembro, Niccol tem defendido um retorno às raízes da Starbucks como cafeteria, priorizando a experiência na loja e diminuindo a dependência de pedidos móveis e para viagem, em uma estratégia denominada “De volta ao Starbucks”. O objetivo é que os baristas entreguem os pedidos em até quatro minutos.
Embora não tenha divulgado o custo financeiro da implantação do modelo, Niccol informou que a empresa realizará um dia para investidores em 2026. A cúpula em Las Vegas, a primeira da empresa desde 2019, reuniu mais de 14 mil gerentes e outros líderes da Starbucks.
Analistas e investidores têm questionado o prazo necessário para a recuperação da empresa. Nos últimos cinco anos, as ações da Starbucks registraram um aumento de 11%, um desempenho inferior ao crescimento de 88% do índice S&P 500. Recentemente, a TD Cowen rebaixou a classificação da Starbucks de “comprar” para “manter”, citando a expectativa de que a recuperação liderada por Niccol levará mais tempo do que o inicialmente previsto.
Niccol reconheceu que a transição demandará tempo e ressaltou que o foco não é apenas em resultados de curto prazo por meio de cortes de custos. Ele afirmou que, à medida que a Starbucks aumenta os investimentos em mão de obra e outras áreas, a empresa será “implacável” na redução de despesas não essenciais à estratégia de recuperação.
“Temos que ser críticos em relação aos nossos gastos se isso não estiver contribuindo para a estratégia de Volta à Starbucks e para os programas de crescimento”, concluiu o CEO. A Starbucks não divulgou projeções anuais, e Niccol havia indicado anteriormente que o lucro por ação não seria a principal métrica de sucesso durante este período de transição, focando em indicadores como o tempo médio de espera nas lojas.
*Com informações da Reuters