Relatório aponta que 83% dos marketplaces já usam verificação de identidade e 81% planejam expansão para manter confiança do consumidor e segurança da receita
Brasil, 06 de outubro de 2025 – O e-commerce consolidou-se como o pilar central do varejo global, redefinindo de forma permanente a relação entre empresas e consumidores e impactando diretamente a economia mundial – apenas em 2024, o setor movimentou mais de US$ 4,1 trilhões em vendas no varejo em todo o mundo. Com inovações que envolvem o público, como entregas no mesmo dia, ferramentas de compra de realidade aumentada e formas de pagamento simplificadas, as plataformas de compras online facilitam, agilizam e incentivam transações. Mas, justamente por essas características, também chamam cada vez mais a atenção de criminosos virtuais.
O recém-lançado relatório O Futuro do E-commerce, da Veriff, revelou que o setor registrou uma taxa de 1,62% em golpes de fraude autorizada, aqueles em que a vítima, enganada, autoriza a transação – o que corresponde a 18 vezes a média global para esse tipo de crime. Além disso, os marketplaces também enfrentaram a segunda maior incidência de fraude documental, representando mais de 20% das tentativas de ataque.
Diante deste cenário, soluções de verificação de identidade (IDV) e biometria se mostram essenciais, segundo CEOs, diretores de risco, equipes de prevenção de fraude e líderes regulatórios. De acordo com o estudo, 83% dos marketplaces já utilizam IDV em seus processos, enquanto 81% planejam expandir o uso dessas tecnologias, fortalecendo a confiança dos consumidores e a segurança da receita.
“Os golpes evoluíram e estão cada vez mais sofisticados. Eles deixaram de ser exceção e, hoje, já fazem parte do cotidiano do e-commerce. É por isso que a segurança digital precisa estar no centro da estratégia de qualquer empresa online”, comenta Andrea Rozenberg, general manager da Veriff. “Tecnologias como verificação de identidade em múltiplas camadas e biometria são essenciais para proteger protegem consumidores e negócios. Os marketplaces devem adotar um stack de confiança, composto por camadas complementares de proteção: verificação de identidade, transparência, segurança robusta, proteção ao consumidor e prova social. Somente assim será possível equilibrar a oferta de experiências digitais rápidas e convenientes com os altos padrões de segurança exigidos pelos consumidores atuais”, finaliza.
O cenário brasileiro acompanha o mundial, que apresenta uma tendência de risco crescente: no período de apenas um ano, o número de tentativas fraudulentas cresceu 21%.
O estudo destacou ainda os principais tipos de fraude no e-commerce: a fraude de transação, quando cartões de crédito roubados são usados em compras não autorizadas; a fraude de chargeback, em que clientes alegam falsamente não terem recebido o produto ou serviço para obter estornos; a fraude de devolução, praticada por quem abusa das políticas de retorno ao devolver itens usados ou danificados; o roubo de conta, quando criminosos acessam credenciais de usuários para realizar operações sem consentimento; e a fraude de reembolso, em que golpistas solicitam devoluções por compras inexistentes. Em 2024, esta última foi a mais comum, afetando quase metade dos varejistas online, enquanto a chamada “fraude amigável” impactou outros 45% dos comerciantes digitais.
O Fraud Index 2024, da Veriff, já havia relatado as consequências inegáveis das fraudes no setor financeiro: 35% dos respondentes nos EUA (35%) sofreram ao menos alguma perda financeira devido à fraude e 13% tiveram perdas de cerca de 20% da receita anual das suas empresas. Por isso, os ataques também estão impactando as relações entre empresas e clientes: mais de 75% dos respondentes afirmaram que a verificação de identidade é um ponto decisivo ao criar uma conta em um marketplace.
O relatório também documenta alguns cases de sucesso de clientes de e-commerce e marketplaces que utilizaram a tecnologia da Veriff para combater e reduzir fraudes. Entre eles, figuram a JTI, uma líder no setor de tabaco; a TPC, o maior marketplace para bicicletas de segunda mão certificadas; a Trustpilot, uma líder no setor de avaliação de clientes; e a Starship Technologies, líder de entrega autônoma.
Fraudadores usam IA — empresas também
A inteligência artificial também tem seu papel. Se por um lado, os fraudadores vêm utilizando cada vez mais a tecnologia, com 61% dos especialistas relatando um aumento no uso de IA em ataques, por outro as empresas também fizeram dela um escudo: 64% dos especialistas em e-commerce nos EUA já utilizam IA e machine learning em suas estratégias de prevenção, e outros 20% planejam adotar essas ferramentas nos próximos 12 meses.
Segundo especialistas de fraude no setor, a IA pode ajudar no combate à fraude de quatro principais formas: na identificação de padrões de fraude e riscos em potencial (52%); na automação da verificação de clientes (43%); na aceleração da identificação de tentativas de fraude sofisticada (38%); e na análise dos padrões de comportamento do cliente com o passar do tempo para identificar atividades atípicas (33%).