Os mercadinhos de bairro voltaram a ganhar espaço no Brasil, de acordo com um estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, existem mais de 400 mil estabelecimentos do gênero em funcionamento pelo país. O levantamento, feito em 2022, aponta a pandemia como um dos grandes impulsionadores desta modalidade no setor varejista. Mas com o passar dos anos e com o fim da pandemia, os pequenos empreendedores encontraram novos desafios para se manterem em pé, principalmente para acompanharem as mudanças de consumo dos clientes, como o uso recorrente da tecnologia para as compras na modalidade delivery, por exemplo.
Para Guilherme Mauri, CEO da Minha Quitandinha, startup de tecnologia em varejo que atua no modelo de franquia de minimercado autônomo, os pequenos comércios de bairros buscam alternativas para conseguirem alcançar as necessidades dos consumidores. “Os microempreendedores já compreendem a importância de investir em tecnologia, seja para serviços mais automatizados dentro do próprio negócio ou até mesmo para o escoamento de produtos a partir de serviços de delivery. Entretanto, é preciso quebrar uma grande barreira de que o investimento em tecnologia é algo caro ou apenas para grandes empresas. Essas ferramentas são essenciais para trazer mais benefícios ao consumidor e também para o empreendedor”, afirma.
Na intenção de auxiliar ainda mais no processo de digitalização do negócio, as soluções de compra para os clientes também são grandes aliadas, principalmente alternativas que gerem conforto e praticidade na hora da compra. “Soluções para digitalizar o check-out, com atendente, ou o self-checkout podem ser implantadas de forma barata e simples no estabelecimento. Além da autonomia oferecida ao consumidor, ele também poderá encontrar comodidade no momento de realizar as compras, principalmente por não se deparar com filas que aumentam o tempo de espera. Desenvolvemos um sistema muito simples e barato, que pode ser operado tanto pelo varejista como pelo cliente final, sem dificuldades ou treinamentos”, pontua o executivo.
A primeira etapa para começar a trabalhar com recursos digitais em mercados convencionais é automatizar o sistema de gerenciamento do negócio. “O empreendedor precisa ter o controle do que acontece no estabelecimento de forma prática, o que entra, o que sai, quanto fatura, quanto gasta. Para tanto, é hora de transferir os dados do velho caderninho de anotações para dar espaço a computadores, tablets e até mesmo smartphones com sistemas operacionais para o controle da unidade. Assim, é possível facilitar o acesso de quem trabalha e traz panoramas mais efetivos sobre projeções e balanços do negócio”, compartilha Guilherme.
Dados do Comsorce em 2023 revelam que o Brasil é o terceiro país que mais consome conteúdos em redes sociais, com mais de 131 milhões de contas ativas.“Com essa grande presença do consumidor nas redes, o microempreendedor precisa se adaptar e levar o seu negócio para esse ambiente digital também. Desta forma, a presença do mercadinho nestes espaços é interessante, seja para divulgar promoções, repassar avisos, falar do mix de produtos, lançamentos e até mesmo para conhecer ainda mais o perfil do cliente, já que este ambiente gera conveniência e aprimora um aspecto importante dos mercadinhos de bairro, o acesso direto e mais próximo ao consumidor”, finaliza Guilherme Mauri.