A fabricante brasileira de cosméticos Natura divulgou seu balanço financeiro na segunda-feira, reportando um prejuízo líquido recorrente de R$ 119 milhões no terceiro trimestre de 2025. O resultado reverte o lucro líquido de R$ 301 milhões registrado no mesmo período do ano anterior, sendo afetado principalmente pela desaceleração da demanda do consumidor no Brasil e por desafios de integração na América Latina.
O lucro recorrente antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da companhia também sofreu um recuo acentuado, caindo 33,7% na comparação anual, para R$ 577 milhões.
O balanço da Natura indicou que a empresa enfrentou dificuldades na geração de receita em todas as suas operações. A receita líquida totalizou R$ 5,2 bilhões no 3T25, uma queda de 13,1% em relação ao ano anterior.
No mercado doméstico, o maior para a Natura, a receita líquida caiu 3,7% na comparação anual, somando R$ 3,2 bilhões. A empresa atribuiu a queda à desaceleração do mercado de beleza no Brasil, observada desde junho de 2025, em um cenário de altas taxas de juros. “A desaceleração […] levou à estabilização do crescimento da marca Natura após um período de expansão de dois dígitos baixos”, detalhou a companhia.
Na América Latina, a receita líquida recuou 3,9% em relação ao ano anterior, para cerca de R$ 2 bilhões. A Natura citou os desafios de integração após a fusão das marcas Natura e Avon na Argentina, concluída em julho, como um fator que pesou no resultado da região. A empresa tem concentrado esforços na venda de ativos do braço Avon International, fora da América Latina, para focar em seus mercados principais.
Em setembro de 2025, a Natura fechou um acordo para vender a Avon International por um valor nominal de 1 libra esterlina, em um movimento que visa “limpar” o balanço e eliminar as incertezas relacionadas à operação internacional. A Natura também já havia firmado a venda dos negócios da Avon na América Central e República Dominicana. A Avon Rússia permanece classificada como ativo “mantido para venda” e está fora dos acordos atuais.








