Abinee afirma que 25% dos celulares vendidos no Brasil são irregulares

Contrabando de smartphones dobra no Brasil e ameaça inviabilizar produção nacional

O aumento significativo no volume de celulares vendidos ilegalmente no Brasil, que dobrou em apenas um ano, é uma tendência preocupante revelada pelos dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) nesta terça-feira (26), baseados em um levantamento realizado pela empresa de pesquisa de mercado IDC.

“A quantidade de aparelhos ilegais passou de 10% do mercado total de telefones celulares no Brasil em 2022 para 25% no último trimestre de 2023, fechando o ano com um total de 6,2 milhões de unidades vendidas no país, de forma ilegal”, afirmou a Abinee em comunicado à imprensa.

Pelos cálculos da Abinee, o governo federal deixa de arrecadar R$ 4 bilhões por ano em impostos por causa do contrabando de smartphones. Somente o estado de São Paulo perde R$ 1 bilhão de ICMS por ano com isso, estima.

A concentração do problema nos modelos de gama intermediária, com preços entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, é uma observação importante, pois indica que os contrabandistas miram especificamente nesse segmento de mercado. Esses dispositivos tendem a oferecer um equilíbrio entre recursos e preço, tornando-os atrativos para os consumidores, especialmente em um país como o Brasil, onde os preços dos produtos eletrônicos podem ser relativamente elevados.

A diferença de preço entre os dispositivos vendidos de forma legal e os contrabandeados, que pode chegar a até 40%, é significativa e pode ser um fator decisivo para os consumidores que buscam economizar. No entanto, é importante ressaltar que os dispositivos contrabandeados podem não apenas representar um risco para os consumidores, mas também afetar negativamente a indústria legítima e a economia do país.

As marcas Xiaomi, Oppo e Realme sendo apontadas pela Abinee como as mais contrabandeadas para o Brasil indicam que essas empresas podem estar enfrentando um desafio significativo em relação à proteção de sua propriedade intelectual e ao controle de suas cadeias de suprimentos.

A entidade afirmou ainda que somente uma fiscalização efetiva dos marketplaces será capaz de coibir a prática irregular, mas não citou nomes de marketplaces no comunicado.

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