A Algen Biotechnologies anunciou nesta segunda-feira ter fechado um acordo de licenciamento com a gigante farmacêutica AstraZeneca, avaliado em até US$ 555 milhões. O objetivo da parceria é desenvolver terapias genéticas utilizando a plataforma de Inteligência Artificial (IA) da biotech sediada nos EUA.
Pelo contrato, a AstraZeneca adquire os direitos exclusivos para desenvolver e, se aprovados, comercializar tratamentos que visam distúrbios relacionados ao sistema imunológico. Em troca, a Algen receberá pagamentos antecipados e por etapas (milestones).
O acordo reforça a estratégia da anglo-sueca de aprimorar suas capacidades em terapias celulares e genéticas, um esforço contínuo para atingir sua meta de US$ 80 bilhões em vendas até 2030. Globalmente, a indústria farmacêutica tem recorrido cada vez mais à IA para acelerar o desenvolvimento de novos medicamentos.
O CEO e cofundador da Algen, Chun-Hao Huang, destacou a sinergia entre as empresas. “Juntamente com a profunda experiência da AstraZeneca em ciência translacional e desenvolvimento clínico, pretendemos descobrir novos insights biológicos para acelerar o desenvolvimento de novas terapias”, afirmou.
A plataforma de IA da biotech, denominada AlgenBrain, é capaz de mapear genes para resultados de doenças, auxiliando as empresas na definição de seu foco para o desenvolvimento de tratamentos.
A Algen foi fundada no laboratório da UC Berkeley, berço da tecnologia CRISPR, pioneira pela bioquímica e ganhadora do Prêmio Nobel, Jennifer Doudna. É importante ressaltar que o acordo não inclui a aquisição de uma participação acionária na Algen pela AstraZeneca, conforme esclareceu Huang à Reuters.
Esta não é a primeira movimentação estratégica da AstraZeneca no campo da biotecnologia. Em março, a farmacêutica concordou em comprar a belga EsoBiotec por até US$ 1 bilhão, garantindo acesso a uma tecnologia que modifica células imunológicas diretamente dentro do corpo.