B3 terá 1° Token do Mercado Imobiliário negociado no “Mercado Subsequente”

O mercado financeiro brasileiro está vivendo um momento histórico. Pela primeira vez, um token ligado ao setor imobiliário será negociado no “mercado secundário” da B3 (B3SA3). Isso significa que investidores poderão comprar e vender esse ativo com a mesma facilidade de uma ação, mas com a vantagem de estar atrelado a um setor que movimentou mais de R$ 200 bilhões em investimentos apenas em 2024, equivalente a cerca de 7% do PIB nacional. A proposta é reduzir barreiras de entrada, aumentar liquidez e democratizar o acesso a investimentos que antes eram restritos a grandes players.

 A Zuvia, tokenizadora que estruturou a operação, lançou de forma inédita mais de 551 mil tokens vinculados a um empreendimento residencial em Bauru, no interior de São Paulo. O aporte mínimo é de apenas R$ 25 reais, o que permite a participação de diferentes perfis de investidores. A compra pode ser feita diretamente pela plataforma web da Zuvia, e quem desejar vender, conta com um processo simples: basta acessar o botão “Negociar na B3” dentro da própria plataforma, que direciona o usuário para a área de compra e venda da B3/Zuvia.

As negociações acontecem com liquidação via PIX e rastreamento completo das operações, o que garante transparência segurança ao investidor. “Este é um marco histórico para o crowdfunding no Brasil. A tokenização possibilita que investimentos realizados em captações primárias sejam negociados de forma simples, transparente e acessível, ampliando a confiança e democratizando o acesso ao mercado de capitais. Em parceria com a B3, conseguimos estruturar um mercado subsequente que oferece liquidez e segurança aos investidores. A Zuvia nasceu com o propósito de conectar tecnologia e investimento, e essa parceria nos consolida como referência em inovação no setor financeiro”, afirma Jonatas Montanini, Co-CEO e Co-Founder da Zuvia.

Esse avanço só foi possível graças a mudanças regulatórias recentes. Em 2022, a CVM atualizou as regras e passou a permitir que plataformas de crowdfunding intermediassem a compra e venda de títulos emitidos em suas ofertas. Na prática, isso abriu espaço para que investidores de diferentes perfis pudessem diversificar portfólios com ativos reais, somando pequenos aportes a grandes investimentos.

“A B3 tem o compromisso de apoiar o crescimento de startups e pequenas e médias empresas, que desempenham papel fundamental no desenvolvimento da economia. A plataforma de financiamento coletivo é, muitas vezes, o primeiro passo das empresas no mercado de capitais e, com essa tecnologia, atendemos a uma demanda crescente das empresas por mais opções de financiamento, além de facilitar a democratização dos investimentos”, afirma Flávia Mouta, diretora de Emissores e Relacionamento da B3.

 O pioneirismo abre um novo ciclo de investimentos digitais no Brasil. Pela primeira vez, empreendimentos tradicionais, como os do setor imobiliário, podem ser acessados de forma fracionada e transparente por investidores de diferentes portes, desde quem aplica valores menores até grandes aportadores institucionais. Esse modelo escalável quebra a lógica de concentração do mercado e cria novas oportunidades de diversificação, permitindo que o investidor combine segurança de ativos reais com a liquidez de negociações digitais.

A tendência é que esse formato vá além da construção civil e se estenda para outros setores estratégicos da economia, como agronegócio, infraestrutura e energia, ampliando o alcance da tokenização no país. A expectativa dos especialistas é que o movimento fortaleça ainda mais a integração entre tecnologia e mercado financeiro, estimulando inovação regulatória, atraindo novos investidores e consolidando a tokenização como um dos caminhos mais promissores para o futuro dos investimentos no Brasil.

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