O Bank of America Global Research antecipou sua projeção para o próximo corte de juros do Federal Reserve (Fed), movendo a expectativa de dezembro para outubro. A mudança reflete a avaliação da corretora de que há sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho dos Estados Unidos.
Apesar da antecipação, o BofA segue como a única grande corretora de Wall Street a prever apenas mais um corte de 25 pontos-base na taxa de juros do Fed neste ano.
Outras instituições, como Goldman Sachs e Morgan Stanley, esperam cortes nas duas próximas reuniões. O Bank of America alertou, inclusive, para o risco de o Fed “flexibilizar demais” sua política monetária.
A paralisação (shutdown) do governo dos EUA, iniciada na quarta-feira, complicou o cenário ao interromper a divulgação de dados econômicos cruciais que o Fed utiliza para basear suas decisões sobre a taxa de juros.
O tão esperado relatório mensal de empregos (Nonfarm Payrolls – NFP), que deveria ter sido divulgado na sexta-feira, foi adiado. Com isso, investidores e analistas têm se apoiado em indicadores alternativos que apontam para um declínio no mercado de trabalho, reforçando as expectativas de um corte nas taxas.
O BofA argumenta que a tendência de fraqueza nos dados trabalhistas já é suficientemente forte para justificar um corte na taxa em outubro, independentemente da disponibilidade do relatório NFP antes da reunião do Fed.
Atualmente, o mercado já precifica majoritariamente essa movimentação. De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, os investidores estão atribuindo uma probabilidade de 98% para uma redução de 25 pontos-base na taxa de juros em outubro e uma probabilidade de 90% para um corte semelhante em dezembro.
