Em um total de 37 países analisados, o Brasil configurou em segundo lugar daqueles com maior proporção de jovens (entre 18 e 24 anos) que não estudam e nem trabalham, ficando atrás apenas da África do Sul.
Na faixa etária analisada, 36% dos jovens brasileiros se enquadraram na características dos conhecidos como “nem-nem”, nem estuda e nem trabalha.
“Isso os deixa particularmente em risco de distanciamento de longo prazo do mercado de trabalho”, analisa o relatório Education at a Glance, de 2022.
Os números revelam que dos 207 milhões de habitantes no Brasil, 17% são jovens de 14 a 24 anos, e desses 5,2 milhões se encontram sem emprego.
Aqueles que se enquadram na categoria nem-nem somam 7,1 milhões, desses 60% mulheres em sua maioria com filhos pequenos e 68% são pretos e pardos, segundo dados da Agência Brasil.
Os motivos dos que se encontram nessa situação variam, principalmente conforme a renda familiar. Contudo, os que se encontram nessa situação em sua maioria são de baixa renda familiar.
A socióloga Camila Ikuta, técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), explicou, “A situação dos jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram trabalho tem relação com a origem socioeconômica. É comum entre os jovens de famílias mais pobres. A maioria são jovens mulheres, que tiveram que deixar de estudar e não trabalhavam para poder exercer tarefas domésticas, criar filhos ou cuidar de idosos ou outros familiares, reforçando esse valioso trabalho, que não é reconhecido como deveria. Nas famílias mais ricas, nessa condição estão jovens de faixa etária mais baixa, geralmente no momento em que estão se preparando para a faculdade”.