Brasil perde posto de maior parceiro comercial da Argentina para a China

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Reuters / Thomas Peter

A China ultrapassou o Brasil e se tornou o principal parceiro comercial da Argentina em setembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). É a primeira vez que isso ocorre desde novembro de 2022, de acordo com especialistas.

O avanço chinês foi impulsionado pela suspensão temporária das “retenciones” — impostos sobre exportações do agronegócio — adotada pelo governo argentino. A medida favoreceu especialmente as vendas de soja ao mercado chinês, que dispararam no mês.

As exportações argentinas para a China somaram US$ 1,293 bilhão em setembro, o equivalente a 15,9% do total, superando os US$ 1,170 bilhão (14,4%) destinados ao Brasil. Do lado das importações, os argentinos compraram US$ 1,816 bilhão em produtos chineses (25,2% do total), contra US$ 1,722 bilhão (23,9%) provenientes do Brasil.

Com isso, a corrente de comércio com a China atingiu US$ 3,10 bilhões, acima dos US$ 2,89 bilhões registrados nas trocas com o Brasil. As exportações para o parceiro asiático cresceram expressivos 201,7% em relação a setembro do ano passado, enquanto as vendas ao mercado brasileiro recuaram 11,1%.

A queda nas exportações para o Brasil, de cerca de US$ 146 milhões, foi atribuída principalmente à menor venda de manufaturados industriais, como veículos de carga, trigo, centeio e automóveis de passeio.

Em contrapartida, as importações argentinas de produtos brasileiros avançaram 12,5% na comparação anual, com destaque para carros de passeio, tratores, semirreboques e veículos de carga.

Após um período de incertezas e queda em 2024, o comércio bilateral mostrou sinais de recuperação e crescimento significativo no primeiro semestre de 2025, especialmente nas exportações brasileiras para a Argentina.

Nos primeiros quatro meses de 2025, as exportações brasileiras para a Argentina tiveram um crescimento notável, chegando a uma alta de 48%. Esse aumento foi um alívio para a balança comercial brasileira, em meio à queda em outros destinos. O comércio bilateral total (soma de exportações e importações) também cresceu, atingindo 2,764 bilhões em julho de 2025, uma alta de 6,9% em relação a julho de 2024.

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