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Home Agronegócio

China “zera” compras de soja dos EUA e amplia vantagem brasileira no curto prazo

João Pedro Camargo Corenciuc por João Pedro Camargo Corenciuc
06/10/2025
em Agronegócio
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CNA - Divulgação

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Um movimento silencioso, mas de impacto global começa a redesenhar o tabuleiro do agro. A decisão da China de suspender compras de soja dos Estados Unidos no início da nova safra tem gerado uma reviravolta no comércio agrícola com implicações diretas na América do Sul. O redirecionamento do maior comprador mundial para Brasil e Argentina fortalece momentaneamente a posição do continente, mas traz efeitos complexos sobre basis nos portos, prêmios de exportação e margens da indústria de processamento.

Segundo Marcelo Teixeira, especialista de mercado da JPA Agro e um dos fundadores da JPA Inteligência, a mudança reposiciona o Brasil no centro do jogo. “O choque comercial amplia a vantagem brasileira no curto prazo, mas também exige atenção redobrada. Já registramos exportações acima da média dos últimos cinco anos, mas esse aumento acelerado pressiona estoques internos e pode encarecer a matéria-prima da indústria local, que já opera com margens bastante apertadas”, afirma.

Os números confirmam a análise de Teixeira. Segundo relatório da JPA Inteligência, o Brasil exportou 91,2 milhões de toneladas de soja em grão até setembro, apenas 15 milhões abaixo da meta projetada pela Conab para todo o ciclo 2024/25. Em agosto, os embarques somaram 9,34 milhões de toneladas, bem acima da média quinquenal de 6,94 milhões.

Esse ritmo acelerado antecipa riscos, já que quanto mais soja in natura o Brasil exporta, menor a disponibilidade para o esmagamento doméstico, que gera farelo e óleo, insumos fundamentais para o abastecimento interno e a indústria de proteínas.

“Já vemos algumas esmagadoras praticando preços de farelo descolados de Chicago. Isso significa que, mesmo com a bolsa americana em queda, o valor do farelo no Brasil se mantém mais alto, reflexo da escassez de matéria-prima. O basis começa a se distorcer, e esse será um ponto central nos próximos meses”, observa Teixeira.

Com 78% da soja convertida em farelo e 18% em óleo, qualquer alteração nos fluxos globais de grãos impacta diretamente o mix industrial. O relatório de setembro da JPA Inteligência ajustou a produção brasileira de farelo para 45,2 milhões de toneladas em 2024/25, avanço de mais de 10% sobre o ciclo anterior.

Apesar do avanço, as margens continuam pressionadas e o cenário é de cautela. Margens brutas de esmagamento recuaram em Mato Grosso, principal polo industrial, para R$403 por tonelada em agosto, queda de 7% frente ao mês anterior.

“Estamos em um ambiente onde o mercado global sinaliza boa oferta, mas a dinâmica local pode levar a distorções severas. O farelo pode se tornar o elo mais sensível dessa cadeia, seja pela escassez de grão, seja pela pressão de preços”, reforça Teixeira.

O modelo clássico de precificação da soja baseado em Chicago, prêmio e câmbio pode sofrer distorções importantes diante da ausência chinesa nos EUA e da concentração de demanda no Brasil. Prêmios nos portos tendem a inflar, enquanto o basis interno pode se estreitar, encarecendo a matéria-prima da indústria nacional.

“O grande risco é que, em pleno período de entressafra, novembro a janeiro, falte soja disponível no mercado interno. Se isso ocorrer, a indústria terá que pagar mais caro, reduzindo ainda mais margens que já estão muito comprimidas”, alerta o especialista da JPA Inteligência.

Outro fator capaz de virar o cenário rapidamente é a Argentina. Em meio à crise cambial, o governo argentino já utilizou no passado a estratégia de zerar impostos de exportação (as chamadas “retenciones”) para arrecadar dólares. Uma nova rodada não está descartada e se isso ocorre, o jogo se transforma.

“Não seria surpresa se Buenos Aires recorresse novamente a essa medida, como já fez neste ano de 2025. Se isso acontecer, a China pode redirecionar volumes significativos para a Argentina, mudando o fluxo comercial em questão de semanas e impactando diretamente o Brasil”, observa Teixeira.

O movimento da China não é apenas comercial, mas também geopolítico. Ao suspender compras nos EUA, Pequim sinaliza desconforto com as tarifas e amplia seu poder de barganha sobre fornecedores sul-americanos.

Segundo Teixeira, o fator psicológico também entra em cena: “Se a alta de preços da soja ou seus derivados cair no inconsciente popular americano, como aconteceu com o tomate no Brasil, o tema vira pauta política. Se o consumidor sentir o peso no bolso, cresce a pressão sobre Washington para rever medidas tarifárias”, afirma.

Marcelo complementa: “A grande questão é que o mercado está mais volátil do que nunca. Uma decisão política na Argentina ou uma mudança de apetite da China pode virar o jogo da noite para o dia. Do nosso lado, o Brasil precisa estar preparado para capturar oportunidades sem perder de vista os riscos internos de competitividade”, analisa.

Por falar no Brasil, maior exportador global, o movimento traz ganhos imediatos, mas também riscos e desafios. A perda de competitividade industrial, o risco de ruptura de margens e a volatilidade nos prêmios tornam fundamental uma gestão estratégica.

“O Brasil sai fortalecido no curto prazo, mas precisa estar atento ao jogo geopolítico e ao dever de casa interno. Só seremos capazes de sustentar essa vantagem se reduzirmos gargalos de competitividade, investirmos em logística e equilibrarmos a relação entre exportação e processamento”, conclui Marcelo Teixeira.

Tags: AgronegóciochinaEUAImpacto globalSoja
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