Como é ser um médico na era digital?

Ivan Samkov/Pexels

Mesmo acostumado a lidar com os avanços científicos e tecnológicos, o médico presenciou nos últimos anos uma mudança significativa na profissão. Assim como ocorreu com outras profissões, a era digital traz construiu uma nova realidade na área de saúde, mudança determinadas práticas e interferindo, até mesmo, na interação com os pacientes.

Aliás, o assunto ganhou bastante ênfase durante a pandemia do coronavírus, com a regulamentação da telemedicina, contribuindo para agilizar e ampliar o acesso à saúde.

Entretanto, as mudanças não para por aí. Certamente, a era digital reserva desafios e, também, oportunidades para os profissionais de saúde.

Mas então qual a importância do médico em todo esse processo de transformação? Quais pontos que interferem e contribuem diretamente com a profissão? Como as inovações tecnológicas trazem benefícios para um melhor atendimento aos pacientes? Como esse tema se interliga com os princípios éticos?

Médico na era digital

O médico na era digital necessita de respostas para estas e outras perguntas interligadas com o relacionamento entre o homem e a máquina. Para isso, torna-se necessário conhecer mais sobre a evolução da tecnologia e, consequentemente, a interferência no dia a dia da profissão.

Esse processo de desenvolvimento, aliás, tem início já na educação médica. Com os avanços tecnológicos, os cursos não podem mais se restringir aos métodos tradicionais de ensinamento.

De uma forma dinâmica, é possível as universidades trabalharem com soluções digitais para ampliar o conhecimento do aluno adquirido em sala de aula. A inovação, aliás, permite até simular situações para que o aluno consiga praticar com segurança determinadas habilidades, tanto clínicas quanto cirúrgicas.

Aliás, com a mudança na interação com o paciente, o futuro médico deve começar a aprender na sala de aula as vantagens e limites de utilização das novas tecnologias

Inteligência Artificial na medicina

Nesse complexo mundo evolutivo da era digital, o médico precisa lidar ainda com outro fator relevante. Em um mundo cada vez mais conectado, os dados se transformaram em um ativo extremamente valioso.

Diariamente surgem soluções que encontram na inteligência artificial (IA) uma grande capacidade para interligar e analisar uma grande quantidade de informações.

Na área médica, as possibilidades são inúmeras em contar com a IA. Com os dados, por exemplo, é possível identificar determinados padrões e comportamentos, encontrando detalhes que possam auxiliar em um diagnóstico mais preciso.

As informações facilitam também no acompanhamento do quadro de saúde de um paciente. Assim como ajudam os gestores da saúde no trabalho árduo para fechar a conta todo mês, garantindo um atendimento qualificado em equilíbrio com os custos relacionados.

Quando corretamente utilizada, a IA permite a automação de determinadas ações repetitivas, auxiliando o médico em diversas tomadas de decisão do dia a dia.

Internet na promoção da saúde

Por falar no valor das informações, não podemos deixar de abordar o papel da internet com a promoção da saúde. Como já destacamos, a telemedicina é uma realidade na rotina do médico. Essa interação com o paciente é possível graças a expansão e evolução da web, com conexões cada vez mais rápidas.

Só para ter uma ideia, dados de pesquisa do Centro de Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) divulgados na Agência Brasil demonstram que 33% dos médicos utilizaram essa solução em 2022.

Assim como reserva facilidades, a internet reúne desafios para o médico. Entre eles, a relação da profissão com o mar de informações disponíveis na web.

Atualmente, é comum encontrar pessoas que utilizam a internet para consultar possíveis causas para os sintomas apresentados. Com isso, chegam nos consultórios com uma grande quantidade de informações, mas sem o conhecimento necessário para filtrar corretamente os dados.

Ainda com relação aos desafios, a web se interliga diretamente com as redes sociais. Em um ambiente interativo e com grande exposição, torna-se necessário manter sempre em mente a necessidade de manter e preservar princípios éticos.

O assunto é tão relevante que o Conselho Federal de Medicina traz em sua página o “Manual de Publicidade Médica”, criado pela portaria 1.974. Em linhas gerais, o profissional de saúde pode divulgar o trabalho, mas mantendo sempre em mente a relevância educacional da informação. Por isso, a atuação não pode ser comparada nem seguir os mesmos moldes da venda de produtos e serviços como ocorre em outras áreas.

Questões éticas na era digital

Em continuação ao tema, é necessário entender que as novas tecnologias não podem interferir na ética da profissão. Esse cuidado precisar estar presente em todas as situações que envolvem os princípios da medicina, desde a publicação de imagens nas redes sociais até a utilização de novas soluções.

A inteligência artificial, por exemplo, não substitui o conhecimento de um médico. Portanto, não tem a capacidade de proferir diagnóstico. Com uma grande capacidade de analisar dados, a ferramenta auxilia apenas para trazer subsídios para dar suporte nas decisões dos profissionais, atuando assim como um parceiro e não como um substituto.

Esse equilíbrio, aliás, precisa estar presente no dia a dia do médico em todos os assuntos interligados com a era digital.

Com o processo evolutivo permanente, os profissionais precisam buscar novos conhecimentos e habilidades, mas sempre mantendo os princípios éticos no radar, evitando que a evolução de dispositivos tecnológicos prejudique a relação do médico com os pacientes.

Sair da versão mobile