Por Isabela Pereira Henze, professora de Psicologia da Faculdade Mackenzie Rio
No dinâmico e competitivo cenário das startups, a governança corporativa se destaca como um fator essencial para garantir um crescimento escalável e sustentável, desempenhando um papel crucial desde os primeiros dias de sua formação, pois ajuda a estabelecer uma base sólida.
Embora muitas vezes associada a grandes corporações, devemos salientar que a governança corporativa refere-se aos sistemas e processos pelos quais as empresas são dirigidas e controladas, abrangendo as relações entre acionistas, conselhos de administração, equipes de gestão e outras partes interessadas.
Para as startups, implementar boas práticas de governança desde cedo traz inúmeros benefícios. A executiva de marketing e negócios, Fátima Bana, líder na Rent a CMO, listou alguns deles:
- Alinhamento de interesses: Uma estrutura de governança clara alinha os interesses dos fundadores e investidores, minimizando conflitos e promovendo uma visão compartilhada para o crescimento.
- Mitigação de riscos: Identificar e gerenciar riscos operacionais, financeiros e de mercado é vital para a sobrevivência em um ambiente de negócios volátil. A governança ajuda a antecipar e mitigar esses riscos.
- Atração de investidores: Startups com práticas robustas de governança são mais atraentes para investidores, pois valorizam a transparência, a responsabilidade e a perspectiva de retorno sobre o investimento.
Essa implementação da governança deve ser gradual e adaptada ao estágio de desenvolvimento da empresa. Por isso, a especialista também listou algumas práticas essenciais para as diferentes etapas de maturidade do negócio:
Ideação e Validação
No início, a governança deve focar em:
- Acordos de parceria: Definir claramente os papéis, responsabilidades e direitos de propriedade intelectual entre os fundadores.
- Transparência: Estabelecer processos básicos de tomada de decisão e comunicação.
Tração
Com o crescimento inicial e a validação do mercado:
- Formalização da estrutura: Criar uma estrutura formal de governança, incluindo a formação de um conselho consultivo ou de administração.
- Controle financeiro: Implementar controles financeiros básicos e práticas de contabilidade.
Escala
Ao entrar em uma fase de crescimento acelerado:
- Expansão do conselho: Incluir membros independentes no conselho de administração para trazer novas perspectivas e expertise.
- Processos de auditoria: Estabelecer processos de auditoria interna e externa para garantir conformidade e transparência.
Podemos ver que a governança corporativa é um pilar fundamental para o crescimento sustentável das startups, afinal, ela não apenas melhora a gestão interna e a tomada de decisões, mas também aumenta a confiança dos investidores, clientes e outras partes interessadas. Fundadores que adotam práticas de governança desde o início estão melhor posicionados para navegar pelos desafios do crescimento e maximizar o potencial de suas empresas.
‘Ao implementar uma governança robusta, as startups podem transformar o potencial em performance, garantindo um caminho mais seguro e eficiente para se tornarem líderes de mercado’, finaliza Bana
SOBRE A FONTE:
Fátima Bana – Executiva de marketing e negócios com mais de 15 anos de experiência, Fundadora e Líder da empresa Rent a CMO.
Possui experiência no Brasil, América Latina e mercado da Europa, EUA e China, sendo especialista e certificada em ESG por Harvard e Membro da Comissão de startups e scale-ups do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa). Mestre em Comportamento Digital de Consumo pela Universidade da Califórnia – USA e Doutoranda pelo MIT/USA, cursando PHD em Comportamento de consumo integrado a Inteligência Artificial.
É ainda pós-graduada em Neuropsicologia, Especialista em Neuromarketing e Aprendizagem pela São Camilo e Einstein de São Paulo, e certificada em Neurofeedback pelo BTI Brasil.