Gestores de empresas raramente são retratados de forma amigável na ficção. Temos diversos exemplos de chefes que são tudo, menos simpáticos, como Miranda Priestly de “O Diabo Veste Prada,” Sr. Burns de “Os Simpsons,” e Michael Scott de “The Office.” No entanto, é válido questionar se a representação na ficção deve ser um padrão para a realidade.
Uma boa liderança não tem como resultado apenas colaboradores mais satisfeitos profissionalmente. Estudos liderados por Nicholas Bloom, professor da Universidade de Stanford, e seus colegas indicam que as disparidades nas estratégias de gestão representam cerca de um terço da discrepância na produtividade entre os Estados Unidos e o restante do mundo.
No Brasil, é comum que pessoas assumam funções de gestão sem o devido preparo, muitas vezes devido ao seu desempenho notável em determinada área. Uma pesquisa divulgada em 2022 pela consultoria McKinsey revelou que jovens brasileiros têm diversas razões para considerar a possibilidade de abandonar cargos de liderança, que vão desde a falta de oportunidades de desenvolvimento até questões de inflexibilidade e falta de propósito. Uma solução para abordar essa questão é oferecer oportunidades de promoção que não necessariamente incluam cargos de chefia.
Fato é, cargos de liderança demandam estudo e vocação, mas quando ocupados pelo profissional ideal, podem gerar resultados extraordinariamente positivos. Então, quais são as características que definem o gestor ideal? Uma das principais é a capacidade de criar valor por meio da simplificação. Isso implica em eliminar reuniões e projetos dispensáveis que consomem o tempo dos colaboradores, tempo esse que poderia ser mais bem empregado na criação e na otimização de processos mais lucrativos.
Outra habilidade essencial de um bom gestor é a capacidade de tornar os propósitos e os processos da empresa e da equipe explicitamente claros. A comunicação deve ser transparente e assertiva, eliminando assim confusões e assegurando que a equipe compreenda com clareza o propósito de suas funções. Além disso, a comunicação assertiva inclui a habilidade de fornecer feedbacks construtivos, contribuindo gradualmente para aprimorar o desempenho no trabalho.