Pesquisas indicam que 36% das mulheres adiam a maternidade com receio de serem desligadas das companhias e 58% das mães ainda são responsáveis pelos cuidados da família e da casa. Confira os depoimentos de três executivas, líderes e mães sobre os principais obstáculos entre a vida pessoal e profissional!
No segundo domingo de maio, comemora-se o Dia das Mães, uma data especial para celebrar e homenagear o que muitos chamam de “a profissão mais difícil do mundo”. A data, reconhecida por muitos países, faz parte da nossa cultura e ressalta a importância dessa figura que é sinônimo de amor, proteção, força e acolhimento. No entanto, por vezes, as mulheres que assumem esse papel passam por uma série de discriminações, principalmente no mercado de trabalho.
De acordo com o Annual State of Motherhood Report, realizado pela plataforma norte-americana de conteúdo para mães, 58% das mães ainda são responsáveis pelos cuidados da família e da casa. A última edição da pesquisa, realizada entre 26 de fevereiro e 13 de março de 2023, contou com a participação de 10.000 mães. Essa realidade coloca em evidência o desafio enfrentado por muitas mulheres que buscam crescer profissionalmente enquanto equilibram as demandas da maternidade.
Para as mães, a jornada rumo ao sucesso profissional muitas vezes ocorre em paralelo à criação dos filhos. Neste artigo, vamos explorar histórias inspiradoras de mães executivas que desafiaram estereótipos e conquistaram sucesso em suas carreiras.
Mulheres adiam maternidade e temem demissão pós-licença
Ao se tornarem mães, elas enfrentam um novo desafio: se manterem nos cargos ocupados antes da licença-maternidade — tarefa que está longe de ser simples. Estudo aponta que 21% das mulheres foram demitidas nos primeiros meses após retornarem da licença. A FAMIVITA conversou com mais de 2.100 mulheres em setembro de 2022.
Essa pressão em querer conciliar tudo pode se tornar algo ainda mais problemático. A demissão pós-licença faz com que muitas mulheres optem pelo adiamento da maternidade por medo de prejudicarem sua carreira ou perderem oportunidades no mercado corporativo. Aproximadamente 36% das mulheres adiam a maternidade com receio de serem desligadas das companhias. A pesquisa feita pela provedora de benefícios de construção familiar, Win, avaliou 1000 mulheres norte-americanas e constatou os reflexos dessa decisão difícil que as executivas precisam enfrentar.
Os principais desafios das mães no mercado corporativo
Trouxemos alguns exemplos de mães executivas, com trajetórias profissionais, idades e cenários variados. Elas lideram em diferentes setores, desafiando expectativas convencionais e provando que é possível conciliar maternidade e carreira de forma bem-sucedida.
Jennifer Chen, CEO da JC Capital, conta que equilibrar as demandas da carreira executiva com as responsabilidades de ser mãe não é uma tarefa fácil, no entanto, ter uma organização e seguir uma agenda estruturada permite conciliar responsabilidades do trabalho e da vida familiar.
“Eu acho que um dos maiores desafios é quando eu tenho que viajar ou quando tenho compromissos à noite. É bem complicado quando esses compromissos fazem eu me ausentar da vida familiar”, ressalta a executiva.
Formada em Business Administration na Lynn University, na Flórida (USA), ela é uma das poucas mulheres que atuam neste segmento. Além de possuir vasta experiência como empresária nos segmentos de moda, mercado de luxo e no ramo imobiliário, Jennifer também atua como sócia de fundos de investimentos do mercado imobiliário e startups. Quando questionada sobre como lida com a pressão e o estresse de desempenhar múltiplos papéis, ela compartilha suas estratégias para manter o equilíbrio entre carreira e vida pessoal.
“Bom, sendo mãe de três filhos e ainda trabalhando como executiva, tenho muita pressão e estresse, e para reduzir isso, tento conciliar com uma rotina regrada, fazendo a prática de exercícios físicos e esportes, não trabalhando no final de semana e estabelecendo limites. Então, tem que realmente tentar manter esse equilíbrio”, diz Jennifer.
Já Karen Miura, Chief Visionary Officer (CVO) da Bravo — empresa especialista em soluções inteligentes para acelerar a transformação digital das áreas financeira, fiscal e contábil —, diz que aprendeu a ser mais flexível e a estabelecer limites claros entre o trabalho e a vida pessoal. “Todas essas coisas me ajudam a estar totalmente presente onde quer que eu esteja. Eu tenho consciência disso e sinto que afasta a culpa ocasional de não estar presente em todos os momentos importantes da vida dos meus filhos”, reflete.
Sobre como lida com toda a pressão e o estresse constante, ela compartilha que adota técnicas de mindfulness e respiração consciente durante vários momentos do dia. “Tenho o hábito de reservar alguns momentos para cuidar da minha saúde mental com terapia e, a física, com yoga. Além disso, valorizo muito o suporte de uma rede de apoio confiável, tanto em casa quanto no trabalho”.
Sylvia Bellio, CEO e Co-fundadora da itl.tech (empresa eleita por quatro anos consecutivos o Maior Canal de Vendas Dell Technologies) e autora da série de livros “TI de Salto”, reforça a ideia de equilíbrio como resposta. “Precisamos separar as coisas, para que possamos nos doar por completo em cada tarefa. Assim, conseguimos viver mais facilmente cada papel.” A especialista ainda afirma que, atualmente, sua rotina ficou muito mais fácil, considerando que sua filha tem 22 anos. “Hoje temos uma parceria muito madura e sincera. Conversamos sobre tudo, principalmente sobre futuro, emprego, casamento, filhos e maternidade”, diz a executiva.
Como as empresas podem ajudar?
De acordo com pesquisa realizada pela KPMG, em mais de um terço das residências, as mulheres que exercem funções de alto escalão e comandam grandes equipes nas empresas, continuam sendo as únicas responsáveis pelos cuidados domésticos — 38% no mundo e 35% no Brasil. No total, foram ouvidas 839 lideranças femininas em 53 países.
O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é uma preocupação constante para muitas mães que ocupam cargos executivos. Jennifer Chen acredita que as empresas podem fazer mais para apoiar as mães em suas jornadas profissionais e familiares. “Ah, com certeza, tendo mais flexibilidade, respeitando os horários, respeitando os finais de semanas, e podendo trabalhar remotamente. Eu acho que tudo isso ajuda muito, é um apoio para as mães”, diz Jennifer.
Entretanto, Sylvia Bellio acrescenta outra perspectiva sobre o assunto. Ela acredita que o tamanho da empresa pode desempenhar um papel significativo no apoio às mães. “Dependendo do tamanho da empresa, quanto maior ela for mais fácil de ter estrutura de apoio às crianças. Dependemos de escolas e creches e, claro, essa dificuldade pode ser ainda maior em alguns casos”, afirma Sylvia.
Em um cenário onde muitas empresas ainda hesitam em contratar mulheres para cargos de liderança, devido às demandas da maternidade e criação dos filhos, a executiva Sylvia Bellio ressalta: “Acredito que hoje é mais fácil do que antigamente. Hoje, dependendo das empresas, principalmente depois da pandemia, com o modelo híbrido ou home office, conseguimos conciliar as tarefas”, completa.
Além do mais, ela destaca a importância da rede de apoio, seja de terceiros ou da família, para equilibrar as responsabilidades profissionais e familiares. “Tive a sorte de ter meu marido ao meu lado durante as atividades diárias e domésticas, do cuidado da nossa filha, principalmente quando eu precisava viajar a trabalho”, conta. Essa experiência destaca a necessidade de um ambiente de trabalho flexível e de uma rede de apoio robusta para as mulheres em posições de liderança.
Para Karen Miura, as empresas podem apoiar as mães executivas oferecendo flexibilidade de horários, possibilidades de trabalho remoto e programas de suporte à parentalidade. “Também é fundamental promover uma cultura de inclusão e respeito às diversas jornadas pessoais dos colaboradores — não apenas as maternais”, ressalta.
Diante das empresas que optam por não contratar mulheres em altos cargos devido às demandas de maternidade, Karen afirma que, como líder, quer inspirar outras mulheres. “Lido com esse cenário fazendo o oposto: contrato e promovo. O que pode ser melhor do que enfrentar esses preconceitos mostrando resultados?”.
As expectativas para o futuro e o legado que elas querem deixar
Em relação ao futuro das mulheres no mercado corporativo e ocupando cargos de liderança, as executivas acreditam na evolução e na representatividade feminina como combustível para abrir mais espaços e oportunidades.
Responsabilidade, dedicação e trabalho são as três principais palavras citadas por Sylvia Bellio. “O fato de sermos mulheres não significa que não possamos fazer algo. Todo benefício tem um custo, e precisamos saber qual custo estamos dispostas a pagar. E conversar com nossas filhas, sobretudo, faz parte e faz toda a diferença. Por último, mas não menos importante, devemos sempre buscar nossa independência financeira”, reforça a CEO da ilt.tech.
“A maior alegria de ser mãe executiva é ver meus filhos crescendo com o sentimento de que crescer profissionalmente é desafiador e, ao mesmo tempo, uma deliciosa aventura. É uma jornada de crescimento mútuo e contínuo”, afirma Karen Miura, CVO da Bravo. Sobre o legado que pretende deixar aos filhos, a executiva ressalta que seu desejo é que eles tenham igualdade de oportunidades para escolherem suas trajetórias sem restrições de gênero.
Jennifer Chen, CEO da JC Capital, comenta que as mulheres ainda terão muitos desafios, mas acredita que o futuro é otimista. “Administrar uma casa é como se fosse administrar uma empresa, pois exige um bom planejamento, uma ótima organização e um bom gerenciamento. Então, eu acho que a visão da mulher 360º vai agregar muito às empresas. E as companhias deveriam ter um olhar diferenciado para contratar mais mulheres”.
“Vejo um futuro mais flexível e integrado, onde as tecnologias e políticas corporativas continuarão evoluindo para suportar um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Vejo um futuro em que não discutiremos mais sobre como conciliar a carreira e maternidade e, sim, discutiremos sobre carreira e parentalidade”, conclui Karen.
Sobre Jennifer Chen
Jennifer Chen possui vasta experiência como empresária nos segmentos de moda, mercado de luxo e no ramo imobiliário. A partir de sua vivência, estando à frente dos negócios, entendeu a importância de fazer conexões seguras com investidores. Formada em Business Administration na Lynn University, na Flórida (USA), identificou uma carência no mercado e fundou a JC Capital, com o objetivo de conectar empresas com investidores. Como uma das poucas mulheres que atuam neste segmento, Jennifer Chen também atua como sócia de fundos de investimentos do mercado imobiliário e startups.
Sobre a JC Capital
A JC Capital é uma companhia que atua no mercado nacional e internacional através da captação de recursos no Brasil e exterior para setores como agronegócio, hotelaria, infraestrutura, indústria, tecnologia e construção. A empresa representa Fundos de Investimentos Privados e Bancos Internacionais no Brasil, o que permite a captação de recursos no exterior a custos muito favoráveis, com condições vantajosas para o desenvolvimento de projetos. A JC Capital oferece uma equipe de estruturação de negócios que seleciona o fundo mais adequado ao perfil dos clientes, possibilitando operações com taxas de juros anuais, prazos de pagamentos e carências favoráveis, tudo de forma transparente, ética, segura e sustentável.
Sobre Karen Miura
Karen Miura, é CVO “Chief Visionary Officer” na Bravo, formada em Direito, pós graduada em Tax Litigation pela PUC-SP e estudante do MBA em Finanças e Controladoria pela USP e de Ciências da Computação para Negócios em Harvard. Também é Mentora no W-CFO, presidente do Comitê Técnico de Finanças e Controladoria do WLF, Membro dos Comitês Técnicos do IBEF, Membro do grupo Conselheiras, W-CFO e Diversity on Board.
A executiva visionária possui mais de 25 anos de experiência em big four, multinacionais e empresas de tecnologia, com destaque de atuação na área financeira. Referência no mercado, é convidada para atuar como palestrante em diversos eventos para falar sobre Inovação na área de Finanças, Reforma Tributária e Liderança e Carreira Feminina.
É mãe de cinco filhos e uma verdadeira entusiasta de temas sobre Novas Tecnologias e Nova Economia.
Miura também é a primeira mulher a assumir como CVO no mercado de finanças, e ganhou recentemente o prêmio de Melhor Profissional do Ano pelos Membros da Academia da CONFEB Live Universit – uma das principais instituições de ensino da área contábil, fiscal e tributário do Brasil.
Sobre a Bravo
A Bravo é uma empresa especialista em soluções inteligentes para acelerar a transformação digital das áreas financeira, fiscal e contábil. Com mais de uma década de atuação, mais de 200 mil obrigações fiscais entregues anualmente e 50 bilhões de reais em impostos apurados, faz o desenvolvimento de tecnologia própria, é pioneira no uso de Robotic Process Automation (RPA) e inteligência artificial, além de utilizar serviços automatizados de Business Process Outsourcing (BPO 4.0) para a simplificação das rotinas fiscais.
A empresa conta com um suporte constante que sustenta as operações das soluções fiscais agindo imediatamente na origem de qualquer problema. A equipe multidisciplinar atua no acompanhamento e garante a detecção, o diagnóstico e a resolução de demandas com rapidez e eficiência.
O objetivo da Bravo é revolucionar a gestão contábil, fiscal e financeira, levando nobreza aos profissionais destas áreas e apoiando-os a se dedicarem plenamente ao crescimento do seu negócio. E para crescer sem perder a nossa essência, apostamos em uma cultura forte.
Sobre Sylvia Bellio
CEO e Co-fundadora da itl.tech — empresa eleita por quatro anos consecutivos o Maior Canal de Vendas Dell Technologies. Organizadora do Projeto Conte sua História que tem como objetivo divulgar, compartilhar histórias de mulheres da vida real. O primeiro livro do projeto foi lançado em 2020 – Mulheres Além do Óbvio.
Iniciou a carreira no setor financeiro, atuando como gerente da área administrativa de uma grande Instituição Financeira.
É autora dos livros “Simplificando TI”, “Impressões Digitais” e “TI de Salto”. Com mais de 20 anos de experiência no mercado de Tecnologia
Conduz sua equipe de arquitetos de soluções e executivos de negócios para se posicionarem lado a lado com os profissionais de TI na busca de soluções para resolver os desafios de negócios das empresas.
Introduziu no Brasil fabricantes como: DotHill Systems de armazenamento FC; EqualLogic armazenamento ISCSI; Force10 de networking; Compellent de armazenamento FC|ISCI, entre tantas outras fabricantes.
Tem papel de destaque no empoderamento feminino no universo da Tecnologia. É a única mulher a compor o conselho das empresas parceiras da Dell Technologies no Brasil. Membro do DWEN Dell Women’s Entrepreneur Network e participante das últimas edições do evento. Integrante do WPN Women Partner Network. Integrante do Female Force Latam.
Sobre a Itl.tech
Presente no mercado há mais de 20 anos, a empresa é especializada em soluções de Armazenamento de Dados e Business Continuity e Hiperconvergência.
Considerada o maior canal de vendas Dell do Brasil.
Oferece toda linha de produtos Dell EMC através de um modelo de negócios direto com o fabricante e suportado pelos melhores profissionais de pré-vendas, vendas e pós-vendas do segmento.
Atua com base no conceito de ser, realmente, um provedor de soluções, não apenas mais um revendedor de produtos. A companhia participa ativamente junto aos projetos de seus clientes, suportando-os da pré-venda à pós-venda, provendo todos os serviços de suporte e assistência técnica que as soluções demandarem.
Dentre o vasto portfólio, pode-se destacar os Servidores, Storages, Networking, Software, Serviços, Desktops e notebooks buscando sempre oferecer a melhor relação custo-benefício do mercado.