Depois de dois anos difíceis para o setor de tecnologia, em função da escassez de capital provocada pela alta global dos juros, o apetite por risco volta a dar sinais de “recuperação e adaptação”. É o que aponta o relatório anual “Corrida dos Unicórnios” do Distrito – principal plataforma de inteligência artificial emergentes da América Latina. Abrangendo todo o ecossistema latino-americano pela primeira vez, o estudo rankeia as 100 startups com maior potencial de se tornarem unicórnios nos próximos anos.
No top 20, 12 são brasileiras, com predomínio das fintechs como setor e do B2B como público-alvo; os modelos de negócios mantêm concentração em SaaS. Ainda no recorte das top 20, mais da metade têm menos de seis anos de fundação e, juntas, captaram quase US$1 bilhão em investimentos somente em 2023. “A nossa metodologia incorpora aspectos macroeconômicos, indicadores setoriais específicos e uma análise qualitativa das startups”, analisa Gustavo Gierun, CEO e co-fundador do Distrito. De acordo com o executivo, outro fator considerado na “Corrida dos Unicórnios” foi o valor das últimas rodadas de investimento que, estando acima da média do setor e do estágio, refletem a confiança do mercado no modelo de negócio e na proposta de valor da startup.
As brasileiras são:
- 1. Blip: Fundada em 1999, a martech série B já captou US$170,6 mi. É conhecida por sua plataforma de Inteligência Artificial (IA) que facilita a comunicação entre empresas e clientes por meio de aplicativos de mensagens – a exemplo do WhatsApp e Facebook Messenger.
- 2. Petlove: Fundada em 1999, a pettech série C já captou US$222 mi. Evoluiu para se tornar o maior petshop online do país, com 5,5 milhões de usuários mensais para quem oferece um programa de assinatura para produtos pet, digitaliza petshops e clínicas veterinárias com um marketplace. Também adquiriu outras startups, como a Nofaro.
- 3. Órigo Energia: Fundada em 2010, a energytech série D já captou US$346,9 mi. É pioneira no mercado de geração distribuída de energia solar, atendendo a mais de 100 mil clientes em diversos estados com acesso à energia solar para consumidores residenciais e empresas de pequeno e médio porte.
- 4. Omie: Fundada em 2013, a fintech série B já captou US$136,7 mi. Tem mais de 70 mil clientes. Oferece serviços de otimização contábil e gestão de vendas por meio de um ERP na nuvem.
- 5. Cerc: Fundada em 2015, a fintech série C já captou US$119,5 mi. Trata-se de uma registradora de recebíveis, duplicatas, entre outros.
- 6. Solfácil: Fundada em 2018, a energytech série C já captou US$166,5 mi. É pioneira no financiamento de instalações de painéis solares residenciais no Brasil.
- 7. Buser: Fundada em 2017, a startup série C do setor de mobilidade já captou US$138,9 mi. Trata-se de uma plataforma que facilita a organização de viagens de ônibus compartilhadas.
- 8. CRM&Bonus: Fundada em 2018, a martech série A já captou US$52,1 mi. É uma plataforma de “giftback” que permite o controle em tempo real da entrega de benefícios aos consumidores.
- 9. QI Tech: Fundada em 2018, a fintech série B já captou US$250 mi. A plataforma de infraestrutura modular permite o desenvolvimento de soluções financeiras como crédito e pagamento via API.
- 10. Stark Bank: Fundada em 2018, a fintech série B já captou US$60,4 mi. Atende médias e grandes empresas com soluções bancárias digitais que incluem dashboards, gestão financeira e operações transacionais.
- 11. Tractian: Fundada em 2019, a startup série B do setor industrial já captou US$65,7 mi. Utiliza uma tecnologia que combina sensores e software para prever necessidades de manutenção antes de falhas ocorrerem.
- 12. Mottu: Fundada em 2020, a startup série C do setor de mobilidade já captou US$110,4 mi. Oferece aluguel de motocicletas para entregadores independentes, além de crédito, seguro e manutenção.
Na lista ampliada, o Brasil segue como maioria: das 100 startups latino-americanas analisadas a partir de características como tamanho, modelo e potencial de negócio, e que têm o maior potencial de chegar a um valuation bilionário em capital fechado ao longo de 2024, 49 são brasileiras. Colômbia (15), México (14), Argentina (11) e Chile (11) vêm na sequência. Juntas, elas receberam pouco mais de US$8,3 bilhões em e 386 rodadas de investimento.
Com o anúncio das startups mais promissoras, o Distrito reafirma seu compromisso em impulsionar o empreendedorismo, a inovação e transformação digital no Brasil, fornecendo dados e inteligência para o mercado, além de visibilidade para as empresas que estão moldando o futuro do país. Para ter acesso a lista completa, basta clicar aqui.