A formação de líderes e gestores é um dos principais desafios para empresas em todo o mundo. Um relatório da consultoria McKinsey aponta que 82% das organizações acreditam não contratar líderes preparados, o que limita a inovação e a capacidade de adaptação ao mercado. No Brasil, a situação é semelhante: levantamento da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) mostra que 47% das empresas enfrentam dificuldade para preencher cargos de liderança, principalmente pela falta de habilidades gerenciais, baixa capacidade de engajamento e pouca inovação.
Uma das estratégias para superar esse desafio é adotar uma cultura de formação, na qual a empresa não se prende apenas ao currículo dos candidatos, mas sim à personalidade e às soft skills. Enquanto as habilidades técnicas são treináveis, características como comunicação, criatividade e inteligência emocional são mais difíceis de desenvolver e, por isso, cada vez mais valorizadas nos processos seletivos.
Além de fortalecer o desenvolvimento interno, a cultura de formação reduz a rotatividade e aumenta o engajamento. Colaboradores que percebem oportunidades reais de crescimento e acesso contínuo a treinamentos tendem a permanecer mais tempo e entregar melhores resultados, suprindo lacunas técnicas e motivacionais.
O Banco Nacional de Empregos (BNE) é um exemplo de empresa que aplica essa filosofia na prática. Nos últimos anos, mais de dez profissionais que ingressaram como estagiários chegaram a cargos de liderança.
Essa cultura se reflete também nas iniciativas internas: recentemente, o BNE promoveu um evento focado em inovação, compartilhamento e colaboração, reunindo 36 palestrantes – reforçando o compromisso da empresa com a capacitação contínua dos colaboradores.
Para José Tortato, COO do BNE, o aprendizado contínuo é a parte central da estratégia da empresa. “O treinamento e a vontade de crescer fazem parte do nosso DNA. Temos vários exemplos de profissionais que começaram como estagiários e hoje ocupam cargos de liderança. Isso mostra o quanto valorizamos quem busca se aperfeiçoar”, afirma.
A iniciativa está alinhada a uma tendência global. Pesquisa do Santander, em parceria com a Ipsos, mostra que 60% das pessoas consideram a formação inicial importante, mas 40% dizem não se sentir preparados para os desafios do mercado. Além disso, 43% acreditam que cabe às empresas oferecer condições e materiais para o aprendizado contínuo.
“Somos uma empresa de formação. O empenho em capacitar nossos colaboradores, sejam prestadores de serviços, estagiários ou aprendizes, é o que nos move e gera resultados”, explica Isabela Agibert, líder de cultura e clima Employer do time de RH Estratégico.
Vitória Fernandes, Product Owner do BNE, foi uma das profissionais que entrou como estagiária e hoje ocupa cargo de liderança. “É muito gratificante, porque a gente sente que está sempre evoluindo e aprendendo. Eu me sinto valorizada, principalmente por perceber que o meu esforço é reconhecido e que há espaço para aprender, errar, melhorar e crescer junto com a empresa”, finaliza.
