As exportações brasileiras de carne bovina para os Estados Unidos realmente sofreram uma queda drástica nos últimos meses, conforme os dados que você mencionou. A redução de 80% no volume exportado entre abril e julho, antecedendo a entrada em vigor da tarifa de 50% de Donald Trump em 1º de agosto, é um sinal preocupante para o setor.
A imposição inicial de uma tarifa adicional de 10% em abril já desencadeou uma queda acentuada nas exportações, que foram de 47,8 mil toneladas em abril para apenas 9,7 mil toneladas até o dia 21 de julho. Essa retração levou frigoríficos no Mato Grosso do Sul a suspenderem temporariamente a produção destinada ao mercado americano.
Apesar de o Brasil ter sido um grande exportador de carne bovina para os EUA no primeiro semestre de 2025, com um volume de 181,5 mil toneladas e uma receita de US$ 1,04 bilhão, a nova tarifa de 50% deve impactar significativamente a competitividade da carne brasileira. Mesmo com o aumento do preço médio da tonelada, o impacto tarifário previsto não é compensado, e os frigoríficos já antecipam prejuízos.
Existe também a preocupação de que países como Canadá e Argentina, que possuem acordos comerciais diferentes com os EUA, possam ocupar o espaço deixado pela redução das exportações brasileiras.
A indústria e o governo brasileiro estão buscando negociar com importadores americanos e entidades locais para tentar mitigar os efeitos dessa medida, buscando um acordo mais amplo que possa considerar o impacto nos consumidores e processadores de carne nos Estados Unidos.