A falta de educação financeira é um dos principais desafios enfrentados por pequenos empreendedores no Brasil. Segundo a Pesquisa de Educação Financeira para Empreendedores, 75% dos empreendedores afirmam ter dificuldades para gerenciar o fluxo de caixa, e 62% misturam as finanças pessoais com as da empresa. O levantamento realizado pelo Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (Ceape Brasil) demonstra que esses hábitos comprometem a sustentabilidade dos negócios, levando muitos a fechar as portas prematuramente.
De acordo com a pesquisa, 6 em cada 10 empreendedores não fazem a separação entre suas contas pessoais e as do negócio, o que dificulta o controle financeiro e a tomada de decisões estratégicas.
A pesquisa aponta também que 58% dos pequenos empresários não possuem um orçamento estruturado e tomam decisões financeiras sem uma visão clara de suas receitas e despesas. Outros 47% dos empreendedores já recorreram a empréstimos sem analisar adequadamente as taxas de juros e os impactos no caixa da empresa, o que aumenta o risco de endividamento descontrolado.
Muitos negócios não calculam corretamente seus custos e margens de lucro. A pesquisa revelou que 53% dos entrevistados não sabem ao certo se seus preços cobrem todas as despesas e garantem um lucro sustentável.
A gestão do fluxo de caixa é um dos pontos mais críticos para a sobrevivência de um negócio. Mesmo assim, 75% dos empreendedores admitem ter dificuldades em monitorar entradas e saídas financeiras, o que pode levar a problemas de liquidez. De acordo com o especialista em educação financeira, Diego Cisneiros, algumas mudanças de hábitos podem ajudar a mudar a realidade atual.
“Separar as contas pessoais e empresariais é essencial para uma gestão financeira eficiente, pois abrir uma conta bancária exclusiva para o negócio facilita a organização e evita confusão. Além disso, é importante montar um orçamento detalhado, sabendo exatamente quanto a empresa ganha e gasta, o que ajuda a planejar melhor os investimentos e evita surpresas financeiras. Estabelecer uma reserva financeira também é crucial, já que apenas 22% dos empreendedores possuem um fundo de emergência, o que os deixa vulneráveis em momentos de crise”, afirma Cisneiros.