Fed mantém juros dos EUA entre 4,25% e 4,50%

Fed mantém taxa de juros dos EUA inalterada entre 4,25% e 4,50% ao ano

Fed/Divulgação

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), o órgão de decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), anunciou nesta quarta-feira (18) a manutenção da taxa de juros de referência dos Estados Unidos no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. Essa taxa permanece neste patamar desde dezembro de 2024.

Em comunicado divulgado após a reunião, o Fomc declarou que, ao avaliar a necessidade de futuros ajustes na taxa básica de juros, o Comitê analisará cuidadosamente os dados econômicos recebidos, a evolução das perspectivas e o equilíbrio de riscos.

A decisão de manter os juros estáveis já era amplamente esperada pelo mercado. Antes do anúncio, as apostas indicavam uma probabilidade de 99,9% de manutenção da taxa, de acordo com a ferramenta CME FedWatch Tool.

Sobre os próximos passos da política monetária, o Comitê afirmou que continuará monitorando as implicações das informações econômicas para as perspectivas futuras. O Fomc se mostrou pronto para ajustar a política monetária conforme julgar apropriado, caso surjam riscos que possam impedir o alcance de suas metas.

As decisões sobre as taxas de juros nos EUA têm impacto significativo também no Brasil. Em um cenário de taxas americanas elevadas, aumenta a pressão para que a Selic, a taxa básica de juros brasileira, permaneça alta por um período mais prolongado. Além disso, há reflexos no câmbio, com a valorização do dólar frente ao real.

O anúncio desta quarta-feira foi o quarto desde que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA em 20 de janeiro. O cenário econômico desde então tem se tornado mais desafiador, em meio à guerra tarifária promovida pelo republicano e à escalada dos conflitos no Oriente Médio.

Economistas e agentes do mercado têm alertado para os potenciais impactos nos EUA das tarifas impostas a outros países, especialmente aos principais parceiros comerciais americanos. Algumas tarifas já estão em vigor, enquanto outras foram suspensas. Juros elevados nos EUA tendem a aumentar o rendimento dos Treasuries, os títulos públicos americanos, considerados os investimentos mais seguros do mundo.

Com a rentabilidade mais alta, os Treasuries atraem investidores estrangeiros, que direcionam seus recursos para os EUA, fortalecendo o dólar. Por outro lado, esse movimento pode reduzir o volume de investimentos estrangeiros no Brasil, levando à desvalorização do real em relação à moeda americana.

Um dólar mais caro também exerce pressão sobre a inflação no Brasil, com potenciais reflexos no ciclo de alta de juros que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil tem implementado para controlar os preços.

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