De acordo com pesquisa da Robert Half, consultoria global em soluções de talentos, os profissionais da Geração Z (entre 18 e 27 anos) foram os que mais elevaram suas expectativas salariais no Brasil em comparação com o ano anterior. Para 74% dos empregadores entrevistados, os candidatos dessa faixa etária estão mais exigentes quando o assunto é remuneração.
O estudo ouviu 500 empregadores de diferentes portes, setores e regiões do País, além de 1.000 trabalhadores, igualmente distribuídos entre as quatro gerações analisadas: Baby Boomers (+60 anos), Geração X (44 a 59), Millennials (28 a 43) e Geração Z.
Entre as empresas brasileiras, 41% afirmaram que os profissionais da Geração Z estão “muito mais exigentes” em relação ao salário, índice superior ao observado entre os Millennials (24%), Geração X (18%) e Baby Boomers (9%). Outros 33% consideram que os talentos da Geração Z estão “um pouco mais rigorosos”, ante 47% dos Millennials, 25% da Geração X e 14% dos Baby Boomers. Por outro lado, 41% dos empregadores não percebem mudança no comportamento da Geração X quanto ao tema, e 31% observam os Baby Boomers se tornando menos exigentes.
Em nível global, 37% dos talentos da Geração Z tornaram-se muito mais rigorosos em relação à remuneração. Para os Millennials, esse número é de 22%; para a Geração X, 12%; e para os Baby Boomers, 8%. Além do Brasil, o levantamento abrangeu Bélgica, França, Alemanha, Holanda, Suíça e Reino Unido.
Esse comportamento também se reflete nas expectativas dos próprios profissionais: 39% da Geração Z esperam um aumento salarial nos próximos 12 meses por considerarem ter adquirido novas habilidades ou qualificações. Outros 34% citam a superação de metas de desempenho como justificativa, enquanto 28% mencionam o impacto da inflação no custo de vida e o aumento da carga de trabalho.
“O que vemos é uma geração que valoriza propósito e ambiente de trabalho, mas que também entende o reconhecimento financeiro como parte essencial do pacote”, reflete Amanda Adami, gerente da Robert Half. “As taxas de desemprego seguem em níveis historicamente baixos, o que aumenta a competitividade entre os profissionais e reforça a percepção do próprio valor no mercado”, complementa.
Além do salário, os benefícios corporativos também ganham destaque. Quase três quartos (72%) dos empregadores perceberam aumento nas exigências da Geração Z por esse tipo de contrapartida. O índice é superior ao das demais gerações analisadas, indicando que as expectativas vão além da remuneração direta.
O estudo mostra ainda que os critérios utilizados para justificar um aumento variam entre as gerações. Enquanto os mais jovens priorizam o desenvolvimento de competências e o desempenho, os Baby Boomers são os que mais apontam o aumento do custo de vida como razão para buscar melhores salários. Já os Millennials e os profissionais da Geração X equilibram a valorização de novos aprendizados com o cumprimento de metas.
Para as companhias, o desafio está em compreender essas nuances e oferecer propostas percebidas como atrativas. “O equilíbrio entre reconhecimento financeiro, oportunidades de crescimento e qualidade de vida tende a determinar o sucesso das estratégias de atração e retenção de talentos, agora e no futuro. As lideranças precisam estar atentas a isso para formar equipes de alta performance e sustentáveis no longo prazo”, conclui Amanda.
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