O “greenwashing” é um termo que descreve essa hipocrisia, e exige uma análise crítica para identificar empresas que se escondem atrás de promessas vazias.
Em linha com esse cenário, a sócia e co-fundadora da Zaya, greentech que elabora e simplifica o cálculo de impacto ambiental de companhias, Isabela Basso alerta sobre a necessidade de consumidores e investidores estarem atentos a esse tipo de comportamento, e oferece três dicas cruciais para identificar empresas que se aproveitam do movimento ambiental para fins lucrativos:
- Desconfie de promessas vagas e generalizadas
A utilização de termos como “eco”, “sustentável” e “verde” sem especificações claras deve soar como um alerta. Empresas que não demonstram com dados e evidências concretas quais são suas práticas e os resultados que alcançaram com suas iniciativas “verdes” podem estar maquiando seus impactos reais. Procure por informações específicas sobre as ações da empresa, os resultados obtidos, as metas definidas e os métodos de mensuração utilizados.
- Exija dados científicos e indicadores confiáveis
Informações ambíguas e sem base científica devem ser encaradas com cautela. Empresas realmente comprometidas com a sustentabilidade devem ser transparentes e fornecer dados mensuráveis sobre seus impactos ambientais e sociais. Se você se deparar com relatórios superficiais e baseados apenas em percepções e autodeclarações, é importante questionar a veracidade das informações. Busque por indicadores reconhecidos internacionalmente e por informações que podem ser verificadas por terceiros.
- Busque por certificações e selos de organizações confiáveis
Empresas que realmente investem em práticas sustentáveis buscam certificações e selos de organizações independentes e renomadas que validam suas ações. Certifique-se de que as certificações e selos exibidos pelas empresas sejam reconhecidos internacionalmente e tenham critérios rigorosos de avaliação. Pesquise sobre a reputação e credibilidade da organização certificadora.
Nesse sentido, é muito importante que exista um debate público mais aprofundado sobre a questão do greenwashing, com o objetivo de pressionar executivos e tomadores de decisão por uma maior transparência e responsabilidade corporativa. A união de esforços de consumidores, empresas e entidades reguladoras é fundamental para combater essa prática e garantir que as promessas de um futuro mais verde sejam realmente cumpridas.