O governo dos Estados Unidos anunciou a aquisição de uma participação de 9,9% na Intel, em um acordo de US$ 8,9 bilhões com a gigante de tecnologia. O valor, que representa cerca de US$ 20,47 por ação, foi fechado com um desconto significativo de quase US$ 4 em relação ao preço de fechamento da empresa na última sexta-feira, que era de US$ 24,80.
O acordo, intermediado pelo escritório de advocacia Skadden, acontece após o presidente Donald Trump ter pressionado publicamente o CEO da Intel, Lip-Bu Tan, a renunciar por supostos conflitos de interesse com empresas chinesas. A aquisição, no entanto, coloca Trump em uma posição mais favorável com Tan, que se reuniu com o presidente pouco antes do anúncio.
Os fundos para a compra da participação vêm de US$ 5,7 bilhões em subsídios da lei de semicondutores CHIPS and Science, de 2022, e US$ 3,2 bilhões destinados ao programa Secure Enclave no ano passado, ambos aprovados na gestão do ex-presidente Joe Biden.
Apesar do acordo, a Intel alertou que a entrada do governo dos EUA como acionista pode trazer riscos para seus negócios. Em um documento divulgado nesta segunda-feira, a empresa citou possíveis impactos em suas vendas internacionais, que representam 76% da receita total — sendo a China responsável por 29%.
A nova configuração de propriedade também pode submeter a Intel a regulamentações e restrições adicionais, incluindo leis de subsídios estrangeiros em outros países.
A empresa também ressaltou que a emissão de novas ações com desconto pode diluir a participação dos acionistas atuais. Após a transação com a Intel, o presidente Donald Trump afirmou que buscará outros acordos semelhantes com outras empresas americanas.