Em um movimento estratégico de grande escala, o SoftBank Group anunciou nesta segunda-feira (18) um aporte de US$ 2 bilhões na Intel, em um gesto interpretado como um voto de confiança na recuperação da outrora dominante fabricante de chips americana. O investimento, que posiciona o SoftBank como um dos dez maiores acionistas da Intel, reforça a ambiciosa aposta do conglomerado japonês no setor de semicondutores e inteligência artificial.
O investimento primário, que dará ao SoftBank uma participação de pouco menos de 2% na Intel, é considerado um alívio para a empresa, que tem lutado para recuperar sua competitividade após anos de desafios de gestão e uma perda de espaço na crescente indústria de chips de IA. A Intel registrou seu primeiro prejuízo anual desde 1986 em 2024, com perdas de US$ 18,8 bilhões, e enfrenta a forte concorrência da AMD e da TSMC.
O investimento será feito a um preço de US$ 23 por ação, um pequeno desconto em relação ao preço de fechamento de segunda-feira da Intel, que foi de US$ 23,66. Apesar de a empresa japonesa não buscar uma cadeira no conselho ou se comprometer a comprar chips da Intel, a decisão se alinha com o projeto de data center Stargate, de US$ 500 bilhões, do SoftBank nos EUA.
Em comunicado, o CEO do SoftBank, Masayoshi Son, afirmou que “este investimento estratégico reflete nossa crença de que a fabricação e o fornecimento de semicondutores avançados se expandirão ainda mais nos Estados Unidos, com a Intel desempenhando um papel fundamental”. O CEO da Intel, Lip-Bu Tan, que também é um ex-membro do conselho do SoftBank, agradeceu a Son pela “confiança que ele depositou na Intel”.
Apesar do otimismo, o investimento não é visto por alguns analistas como uma mudança de rumo imediata para a Intel. “É mais para manter esse relacionamento muito bom que ele tem com Trump“, disse Amir Anvarzadeh, estrategista de ações japonesas da Asymmetric Advisors, em referência ao CEO do SoftBank, Masayoshi Son, e ao presidente dos EUA.
O acordo acontece em meio a notícias de que o governo dos EUA também estaria em negociações para adquirir uma participação de 10% na Intel, e após o Japão ter prometido um pacote de investimentos de US$ 550 bilhões nos EUA. As duas empresas não comentaram as notícias do jornal Financial Times, que indicavam que o SoftBank também havia conversado sobre a compra da unidade de fabricação de chips da Intel.