A inflação do país iniciou 2024 registrando 0,14 ponto percentual abaixo da taxa de dezembro (0,56%), o que, ainda assim, veio acima das expectativas dos analistas. A expectativa consensual era de uma variação positiva de 0,34% e, em dezembro, o IPCA teve alta de 0,56%. Dessa forma, no acumulado em doze meses, o indicador subiu 4,51%, abaixo dos 4,62% observados anteriormente. Para calcular o IPCA, o IBGE usa como base a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços de consumo da população. Assim, o Instituto faz a composição da cesta partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).
Segundo o instituto, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram elevação no mês passado, sendo a maior variação e o maior impacto do grupo alimentação e bebidas, com alta de 1,38%. A alimentação no domicílio ficou 1,81% mais cara em janeiro, influenciada sobretudo pelo avanço nos preços da cenoura (43,85%), da batata-inglesa (29,45%), do feijão-carioca (9,70%), do arroz (6,39%) e das frutas (5,07%). Saúde e cuidados pessoais subiram 0,83%. Por outro lado, o grupo transportes apresentou queda de 0,65% em janeiro. Assim como na prévia, a passagem aérea foi o subitem com maior impacto individual no índice do mês, mas com uma retração de 15,22%.
O dado de serviços, especialmente o núcleo que exclui itens voláteis como passagens aéreas, é monitorado de perto pelo Banco Central para orientar sua política monetária, em um cenário de mercado de trabalho resistente que tende a impulsionar os gastos dos consumidores.Na semana passada, o Banco Central prosseguiu com seu ciclo de flexibilização monetária ao realizar o quinto corte consecutivo de 0,5 ponto percentual na taxa básica Selic, reduzindo-a para 11,25% ao ano.
Além disso, o BC destacou, na ata dessa reunião, que o panorama doméstico está evoluindo conforme o previsto pela autoridade monetária, com um progresso relevante em termos de desinflação. O índice de difusão, que demonstra a disseminação das variações de preços, permaneceu em 65% em janeiro. A pesquisa Focus mais recente divulgada pelo Banco Central indica que a expectativa do mercado é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre este ano com uma alta acumulada de 3,81%.