Jovens são os mais afetados pelo estresse no trabalho

De acordo com uma pesquisa da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), o Brasil está em segundo lugar no ranking de países com os profissionais mais estressados. E, segundo um recente levantamento promovido pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA-SP, as jornadas extensas de trabalho, a burocratização dos processos e a falta de reconhecimento são alguns dos fatores que contribuem para esse cenário entre os profissionais de Administração. 

estudo, que contou com a participação de 429 registrados no Conselho entre os dias 14 de abril e 5 de maio, identificou também que essa sensação de estresse é predominante entre os mais jovens: 72,2% dos profissionais de Administração com idades entre 20 e 30 anos, que em sua maioria integram a geração Z, disseram que sempre ou frequentemente se sentem estressados em relação ao trabalho. Enquanto isso, os profissionais acima de 60 anos, conhecidos como baby boomers, foram os que menos afirmaram o mesmo (43,2% deles). 

A carga excessiva de trabalho, segundo os respondentes de todas as idades, é o item de maior fator de estresse nas empresas. Os profissionais que em sua maior parte integram a geração Z, entretanto, foram os que mais mencionaram isso (61,1%), seguidos por aqueles que possuem entre 41 e 50 anos (51,1% deles).

A burocracia nos processos é outro fator para o esgotamento apontado pelos respondentes. Este tópico foi mais citado pelos profissionais entre 31 e 40 anos (39%), e é menos perceptível entre os mais jovens (22,2% deles). A falta de reconhecimento também aparece entre as principais queixas dos entrevistados. Os mais jovens são os que mais sentem essa desvalorização (44,4% deles). Já os profissionais com idades entre 31 e 40 anos são os que menos se sentem desvalorizados (apenas 19,5% deles).

O estudo do CRA-SP também abordou sobre como o ambiente de trabalho prejudica a saúde mental dos colaboradores. Os profissionais que integram a geração Z são os que mais acham que o ambiente de trabalho afeta a saúde mental (38,9% deles). Por outro lado, 29,6% dos profissionais acima de 60 anos não acreditam que o ambiente de trabalho cause danos ao bem-estar mental.

Ao serem questionados se sentem sintomas como insônia, ansiedade, irritação ou cansaço extremo devido ao trabalho, os profissionais da geração Z foram os que mais disseram apresentar esses sinais físicos e mentais: 44,4% deles afirmaram sentir com frequência. Em contrapartida, os profissionais acima de 60 anos foram os que mais disseram nunca ou raramente sentir esses sintomas por causa do trabalho (30,9%).

Para o presidente do CRA-SP, Adm. Alberto Whitaker, esse recorte por idade no levantamento sobre saúde mental mostra a importância de os profissionais de recursos humanos estarem atentos às diferentes necessidades dos colaboradores da atualidade. “É a primeira vez que temos tantas pessoas diferentes trabalhando juntas, em um mesmo ambiente. A contribuição positiva que essa diversidade apresenta também requer um olhar mais cuidadoso do RH das organizações, que precisa escutar e entender, de forma genuína, o que cada profissional requer para se sentir bem”, diz. 

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