A Klarna, gigante sueca do setor financeiro, anunciou na terça-feira que está se preparando para uma oferta pública inicial (IPO) nos Estados Unidos. A empresa, avaliada em até US$ 14 bilhões, planeja levantar até US$ 1,27 bilhão com a venda de 34,3 milhões de ações, com preços estimados entre US$ 35 e US$ 37.
A decisão de listar a Klarna na Bolsa de Valores de Nova York (sob o código “KLAR”) sinaliza a retomada do interesse dos investidores em empresas de tecnologia de alto crescimento, após um período de incerteza. A empresa, apoiada por fundos como a Sequoia Capital, já havia adiado seus planos de IPO em abril deste ano devido à instabilidade dos mercados globais.
Fundada em 2005, a Klarna foi pioneira no modelo de “compre agora, pague depois” (BNPL), que permite aos consumidores dividir suas compras em parcelas sem juros. A empresa alcançou o status de “unicórnio” em 2012 e teve sua avaliação disparada, chegando a US$ 45 bilhões em 2021, impulsionada pelo crescimento do comércio eletrônico.
No entanto, a Klarna enfrentou um período de reajuste, levantando fundos com uma avaliação reduzida para US$ 6,7 bilhões. O novo IPO, com uma avaliação de até US$ 14 bilhões, reflete a confiança renovada do mercado em seu modelo de negócio, que tem ganhado espaço dos bancos tradicionais, especialmente entre consumidores mais jovens.
Analistas veem o IPO da Klarna como um termômetro para o setor de fintechs. Um lançamento bem-sucedido pode indicar uma confiança robusta em empresas de alto crescimento. Por outro lado, uma resposta morna levantaria preocupações sobre as altas avaliações e a regulamentação do setor, que ainda enfrenta riscos em um cenário de alta inflação.
A Klarna atua em 26 países e tem cerca de 111 milhões de consumidores ativos e 790 mil comerciantes parceiros, incluindo grandes marcas globais como Zara, H&M, Coach e Sephora. A operação de IPO será liderada pelo Goldman Sachs, JPMorgan e Morgan Stanley.