A Sabesp apresentou, na noite de segunda-feira (24), os resultados financeiros do quarto trimestre de 2024 e do ano completo, ambos com expressivo crescimento nos lucros. No último trimestre do ano passado, o primeiro sob a nova gestão após a privatização em julho, a companhia registrou lucro líquido contábil de R$ 1,435 bilhão, alta de 21% em relação ao mesmo período de 2023. Já o lucro líquido ajustado alcançou R$ 1,9 bilhão, um avanço de 64%.
No acumulado de 2024, o lucro líquido saltou 171,9%, totalizando R$ 9,58 bilhões. O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 2,3 bilhões no quarto trimestre, crescimento de 4,1%, e atingiu R$ 11,3 bilhões no ano, avanço de 18,8%.
A receita líquida da empresa também mostrou crescimento. No quarto trimestre, somou R$ 5,8 bilhões, alta de 5,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No consolidado de 2024, atingiu R$ 21,7 bilhões, registrando aumento de 8,8%.
Após a privatização, em uma oferta de ações que movimentou R$ 15 bilhões, a nova gestão assumiu em outubro de 2024, e os dados do quarto trimestre ainda pouco refletem essa mudança de comando, conta Daniel Szlak, diretor financeiro da Sabesp. Hoje, a companhia conta com 50% de executivos que vieram do mercado e a outra metade que eram da casa.
Sobre a disparada de 172% no lucro em 2024, Szlak explica que teve relação com a preparação para a privatização, na medida em que a Sabesp precisou fazer um novo contrato de concessão com o Estado. Esse novo contrato unificou concessões com vários municípios, fez uma atualização do histórico desde a concepção desses ativos até agora, o que gerou um impacto positivo de R$ 5,4 bilhões no lucro.
A Sabesp tem um programa para universalizar o acesso a água e saneamento que prevê investimentos de R$ 60 bilhões até 2029. Para isso, o montante previsto para 2025 já vai ter que dobrar em relação aos R$ 6,9 bilhões de 2024. De agora para frente, serão necessários de R$ 12 bilhões a R$ 14 bilhões por ano em investimentos.
No quarto trimestre, o endividamento, medido pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda era de 1,8 vez, praticamente estável na comparação anual (1,7 vez no quarto trimestre de 2023) e menor que seus pares – na Aegea, por exemplo, estava em 3,7 vezes ao final do terceiro trimestre e na Iguá, em 7 vezes.