De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o Brasil possui a maior taxa de rotatividade do mundo: 51,3%. Esse alto índice de turnover não impacta apenas os custos operacionais das empresas, mas também a cultura organizacional e a produtividade das equipes. Diante desse cenário, estratégias para retenção de talentos são cada vez mais essenciais — e os testes de integridade têm se mostrado uma ferramenta eficaz nesse processo.
Muitas empresas já aplicam esses testes na fase de recrutamento para avaliar o comportamento ético dos candidatos e seu alinhamento com os valores corporativos. No entanto, o que poucos gestores percebem é que essa ferramenta também pode ser usada ao longo da jornada do colaborador para fortalecer a cultura organizacional e reduzir a saída de talentos.
“A preocupação com o recrutamento é importantíssima, mas esse não é o único momento em que o teste de integridade faz diferença. Na verdade, ele estabelece padrões que acompanham toda a equipe e a cultura organizacional, o que afeta diretamente o turnover”, explica Alessandra Costa, psicóloga e sócia da S2 Consultoria, empresa especializada na gestão de comportamento de risco.
O objetivo do teste é identificar características como honestidade, responsabilidade e respeito, além de mapear tendências de comportamento inadequado. Quando os resultados estão alinhados às expectativas da empresa, a chance de retenção aumenta, pois há maior compatibilidade entre o colaborador e o ambiente de trabalho.
“Uma empresa que aplica testes de integridade de forma consistente garante um ambiente mais saudável, prevenindo fraudes e assédios. Isso colabora para a retenção, pois cria um local seguro e confiável para os profissionais”, complementa Alessandra.
O PIR — Potencial de Integridade Resiliente — é um exemplo de teste utilizado pela S2 Consultoria em diferentes contextos. Além do processo seletivo, ele pode ser aplicado em treinamentos corporativos, análises antes de promoções ou mudanças de cargo, investigações de condutas suspeitas ou avaliações periódicas da cultura organizacional.
“O teste de integridade ajuda a desenvolver um ambiente de trabalho exemplar. Enquanto profissionais éticos evitam empresas problemáticas, eles permanecem em locais sem assediadores, discriminação e outros desvios comportamentais. Quando há alinhamento entre os valores éticos de todos os envolvidos, da liderança ao time, a retenção é apenas uma consequência”, finaliza a psicóloga.
