Mercado de trabalho no Brasil tem enfrentado desigualdade racial

Salário médio de um colaborador negro é 42% menor, diz Insper

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O mercado de trabalho no Brasil tem enfrentado desigualdades significativas, não apenas de gênero, mas também raciais. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos Raciais do Insper (NERI), em 2024, o salário médio de um trabalhador negro é 42% inferior ao de um trabalhador branco.

Os rendimentos médios no segundo trimestre deste ano foram de R$ 2.858 para trabalhadores negros e R$ 4.956 para trabalhadores brancos. Essa diferença também é evidente entre as mulheres, com as trabalhadoras negras ganhando, em média, 40,26% menos que as trabalhadoras brancas.

Apesar disso, é notável que o cenário tenha melhorado em comparação ao ano passado, com o aumento das massas salariais, uma vez que, de acordo com o estudo, esses grupos historicamente afetados pela desigualdade foram incluídos no ciclo econômico. No entanto, o acesso às vagas formais ainda é desigual, com a taxa de desemprego sendo 1,4 vezes maior entre esses grupos, que enfrentam diversas barreiras.

“No entanto, homens brancos registraram uma taxa de desemprego de apenas 3,5%, enquanto as mulheres negras apresentaram a maior taxa, chegando a 7,95%”, afirmou a pesquisa.

De acordo com o Insper, em 2024, aproximadamente R$ 103 bilhões teriam sido adicionados à economia se os negros tivessem salários e taxas de emprego similares aos dos brancos.

“Desse montante, cerca de R$ 14 bilhões podem ser atribuídos à discriminação no mercado de trabalho”, destaca o levantamento. Ainda segundo o instituto, a desigualdade torna o país mais pobre. “O montante estimado perdido devido à discriminação — entendida estritamente como tratamento diferenciado — revela o potencial impacto positivo de campanhas focadas no combate ao racismo”, conclui o Insper.

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