O avanço do delivery de comida ao redor do mundo vem abrindo cada vez mais espaço para as dark kitchens, cozinhas que operam somente nesse formato. Atualmente, o mercado global da modalidade já supera US$ 70 bilhões e deve manter crescimento constante nos próximos anos.
Segundo um relatório da Coherent Market Insights, até 2030 o faturamento das dark kitchens deve atingir US$ 157 bilhões. No Brasil, a tendência também cresce junto com a alta na demanda por refeições entregues diretamente em casa.
A procura por dark kitchens começou a ganhar espaço durante a pandemia e, mesmo com a retomada das atividades presenciais, o formato se consolidou devido às vantagens de custos e operacionais para empreendedores. Entre as principais vantagens, destacam-se a redução de custos operacionais, já que não exigem grandes espaços físicos e infraestrutura complexa, e a expansão de alcance, permitindo que os estabelecimentos atendam várias regiões sem a necessidade de abrir novas unidades. Além disso, o formato oferece maior agilidade e eficiência nos processos de delivery, além da flexibilidade para adaptar cardápios rapidamente.
O crescimento das dark kitchens no Brasil acompanha o boom do mercado de entregas. Um estudo da Ticket revelou que 40% dos brasileiros já utilizam serviços de delivery, com a digitalização sendo o principal fator de impulsionamento. O índice é ainda maior entre a Geração Z (16 a 29 anos), onde 51% já são adeptos das plataformas digitais.
Essa demanda se reflete em hábitos de consumo: pelo menos um a cada dez brasileiros pede comida para entrega uma a duas vezes por semana, sendo fast-food, carnes e pratos nacionais os mais consumidos. O cenário também impulsiona franquias, que, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), devem crescer até 10% em 2025. Atualmente, mais da metade dessas franquias já adota o modelo de dark kitchen.
A cidade de São Paulo, um dos maiores motores econômicos do país, se destaca como um polo para o mercado de delivery. Cerca de um terço dos restaurantes cadastrados no iFood na capital já operam em cozinhas fantasmas.
A concorrência no setor tem se intensificado, com a entrada de novos players. A 99Food, por exemplo, retornou à capital paulista com um investimento inicial de R$ 500 milhões para disputar mercado com o iFood, que domina o segmento. Com a crescente competitividade e a expansão contínua da demanda por entregas, o aluguel de dark kitchens na cidade tende a aumentar, consolidando um panorama de fortalecimento para o setor.