O Mercado Livre registrou uma queda de 1,5% em seu lucro líquido no segundo trimestre de 2025, totalizando US$ 523 milhões. O resultado ficou abaixo das expectativas de analistas, que previam US$ 596 milhões, e é atribuído, em grande parte, à expansão do frete grátis no Brasil e a outros investimentos estratégicos.
Apesar da queda no lucro, a plataforma de e-commerce e fintech, a maior da América Latina em valor de mercado, apresentou um crescimento robusto na receita líquida, que atingiu US$ 6,8 bilhões, uma alta de 34% em relação ao ano anterior e acima das estimativas. O valor bruto de mercadorias (GMV) também cresceu significativamente, em 37% em base neutra de câmbio.
A empresa, com sede no Uruguai e atuação em quase 20 países da América Latina, buscou consolidar sua posição no mercado brasileiro, seu principal mercado, diante da crescente concorrência. No início de junho, o Mercado Livre reduziu o valor mínimo para frete grátis no Brasil de R$ 79 para R$ 19, o que impulsionou o número de itens vendidos em 31% no trimestre, o ritmo mais rápido desde meados de 2021.
No entanto, o diretor financeiro Martin de los Santos confirmou que esses investimentos, incluindo os gastos com frete grátis e marketing para divulgar a medida, acabaram pressionando as margens de lucro. Ele afirmou à Reuters que a empresa não quer perder as oportunidades de crescimento e se mantém otimista com a trajetória de longo prazo da sua rentabilidade.
O lucro antes de juros e impostos (Ebit) da companhia atingiu um recorde de US$ 825 milhões, mas também ficou abaixo da previsão de US$ 869 milhões. A margem Ebit foi de 12,2%, uma queda em relação aos 14,3% registrados no mesmo período do ano anterior.
O braço financeiro do Mercado Livre, o Mercado Pago, apresentou forte crescimento. A carteira de crédito da fintech expandiu em 91%, chegando a US$ 9,3 bilhões. Paralelamente, a taxa de inadimplência de 15 a 90 dias caiu 1,5 ponto percentual, atingindo 6,7%, o menor nível desde que a empresa começou a divulgar o dado há sete anos.