A Microsoft anunciou nesta terça-feira (28) um novo acordo com a OpenAI, que permitirá ao fabricante do ChatGPT se reestruturar como uma corporação de benefício público. Como resultado desta negociação, a Microsoft passará a deter uma participação de cerca de US$ 135 bilhões, equivalente a 27% da startup de Inteligência Artificial.
As ações da Microsoft reagiram positivamente ao anúncio, registrando alta de 4%, já que o acordo pode abrir caminho para que a OpenAI realize uma oferta pública inicial de ações no futuro.
O novo pacto também estabelece que a OpenAI se comprometerá a comprar US$ 250 bilhões em serviços de computação em nuvem Azure da Microsoft. Em contrapartida, a Microsoft não terá mais o direito de preferência exclusivo para fornecer esses serviços à OpenAI.
Além disso, houve uma extensão dos direitos da Microsoft sobre a tecnologia da startup. O acordo anterior concedia à Microsoft direitos de propriedade intelectual sobre os produtos e modelos da OpenAI até 2030, ou até que a empresa atingisse a Inteligência Artificial Geral (IAG).
Com o novo acerto, esses direitos foram estendidos até 2032 e permanecerão válidos mesmo que um painel de especialistas independentes verifique uma declaração da OpenAI de que a IAG foi alcançada.
A parceria entre Microsoft e OpenAI começou bem antes, com investimentos da Microsoft na OpenAI em 2019. Em 9 de janeiro de 2023, a Microsoft anunciou uma extensão (“terceira fase”) dessa parceria, como parte de um acordo multianual/multibilionário. Um dos pilares desse acordo: a Microsoft passa a ter acesso aos modelos da OpenAI para integração em produtos próprios (como seus softwares de produtividade, nuvem etc.).
Em 21 de janeiro de 2025, a Microsoft publicou que os principais elementos da parceria permanecerão válidos até 2030: acesso à propriedade intelectual (IP) da OpenAI, compartilhamento de receitas, exclusividade da OpenAI API via Azure, entre outros. No entanto, foram anunciadas mudanças: a exclusividade da Microsoft como única fornecedora de “nova capacidade de computação” para a OpenAI foi substituída por um modelo em que a Microsoft possui direito de preferência (“right of first refusal”), enquanto a OpenAI pode usar outros provedores para certos treinamentos/pesquisas.
Em setembro de 2025, as empresas assinaram um memorando de entendimento (MOU) não vinculante para “a próxima fase” da parceria, o que indica que termos contratuais definitivos ainda serão negociados.









