Mulheres na liderança

Este artigo fundamenta-se no estudo Panorama Mulheres 2023, realizado pelo Talenses Grupo e pelo Insper

Um estudo conduzido pelo Talenses Grupo em colaboração com o Instituto de Pesquisa e Estudo Insper, denominado Panorama Mulheres 2023, auxilia na compreensão de algumas dinâmicas do mercado e contribui para responder algumas perguntas específicas sobre as mulheres nos ambientes profissionais de trabalho.

O primeiro achado no estudo é que as mulheres não precisam mais passar 20 anos no RH da empresa para alcançar posições de liderança. Hoje, a mobilidade interna aumentou consistentemente. A disparidade entre homens e mulheres nos cargos de presidência ainda é significativa; apenas 17% dos cargos de presidência das empresas são ocupados por mulheres, conforme a projeção da amostra do estudo. Esse número, surpreendentemente, representa uma conquista significativa, especialmente em um período pós-pandemia. Em 2019, apenas 13% das posições de presidência eram ocupadas por mulheres, e em 2017, no primeiro ano da pesquisa, elas representavam apenas 8% das pessoas que ocupavam cargos de presidente nas empresas.

A conscientização sobre a necessidade de equidade no mercado de trabalho, somada ao surgimento contínuo de leis e políticas públicas, tem sido um catalisador para o aumento do número de mulheres em posições de liderança. A presença de mulheres nos conselhos de administração (CAs) em 2017 era de meros 10%; saltou para 21% no estudo de 2023. A segunda tendência de crescimento mais significativa ocorreu nas vice-presidências. Em 2017, apenas 18% das VPs eram mulheres, e agora mais de um terço do total (34%) é representado por mulheres.

No entanto, a evolução não foi tão rápida para as mulheres diretoras. Em 2017, elas ocupavam 21% das posições de diretoria nas empresas do estudo que relataram ter essa posição em sua estrutura. Em 2023, o percentual aumentou para 26%. O estudo do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa apresenta dados semelhantes, revelando que, em 2023, a presença de mulheres no cargo de conselheira foi de apenas 15,2%. Contudo, o estudo indica que as empresas que apostaram na presença feminina em seus conselhos tiveram mais sucesso na tomada de decisões.

Uma empresa que apostou no desenvolvimento de mulheres foi a Johnson & Johson, que em 2020, para reforçar ainda mais o compromisso com o desenvolvimento e empoderamento das mulheres e preparando-as para posições de liderança, lançou um Programa Global de Sponsorship, que conta com sponsees/sponsors de diferentes áreas e regiões. Valeria Spechotto, que liderou a multinacional Johnson & Johnson por anos, comentou em entrevista para a Coluna Histórias de Sucesso, de Fabiana Monteiro, sobre os desafios de liderar em um ambiente predominantemente masculino.

“O desafio de ser mulher em uma área predominantemente masculina, mantendo-se no topo, com feminilidade, é bastante exigente. Algumas vezes é exaustivo, pois é uma batalha diária. Ainda vivemos numa sociedade machista e muitas vezes não percebemos isso. Uma dica que eu daria às mulheres é evitar se vitimizar. Analise o cenário ao seu redor, faça suas escolhas e mantenha a segurança em suas convicções, com assertividade, sem desistir dos seus sonhos, mesmo que algumas pessoas desestimulem tais planos. É uma luta diária e não podemos subestimar isso”, afirmou Valeria.

Motivada por histórias de mulheres que assumiram posições de liderança, Fabiana Monteiro idealizou o projeto editorial “Conselheiras de Administração”, com o propósito de compartilhar a trajetória de conselheiras e incentivar a participação feminina nos conselhos e na administração de empresas e startups. Além de fomentar discussões sobre equidade de gênero em conselhos. A obra traz depoimentos de 23 conselheiras que atuam nos mais diversos setores como Agronegócio, Telecomunicações, Bens de Capital, Varejo, Mineração, entre outros. Para receber mais informações e ter acesso à versão digital da obra, basta clicar neste link

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