No Brasil, 73% dos professores apontam escassez de dispositivos como principal desafio à educação digital

A promoção da educação tecnológica e integração no setor digital se mostram essenciais no país.

Reprodução/Freepik

A educação brasileira enfrenta um momento decisivo no século 21, em que a integração da tecnologia se tornou uma parte essencial do processo educacional. Segundo o VII Estudo Global sobre o uso da tecnologia na educação, realizado com o apoio do Ministério da Educação – MEC, a realidade nas salas de aula do país revela uma relação significativa com os meios digitais. Dos centros educacionais analisados, seis em cada dez incorporam, de alguma forma, a tecnologia em suas práticas educativas.

Entretanto, essa inclusão não é isenta de desafios. O ensino brasileiro ainda lida com obstáculos consideráveis relacionados à conectividade. Entre as questões mais prementes, destaca-se a falta de dispositivos adequados. Segundo a pesquisa, 73% dos docentes apontam a escassez de dispositivos como o principal desafio ao emprego efetivo da tecnologia na sala de aula. Esse dado revela não apenas uma lacuna em termos de infraestrutura, mas também a necessidade urgente de investimentos e políticas públicas que abordem essa carência, garantindo que a tecnologia seja uma aliada, e não um entrave, no processo educacional. “A inclusão digital não se limita apenas ao acesso a dispositivos e à internet, mas também à capacidade de utilizar essas ferramentas de maneira eficaz e crítica”, explica Humberto Silva, Secretário Adjunto da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (SMIT).

A inclusão digital torna-se, assim, uma prioridade inadiável. O acesso equitativo à tecnologia é fundamental para assegurar que todos os alunos, independentemente de sua origem socioeconômica, tenham oportunidades iguais de aprendizado. A educação digital não deve ser um privilégio, mas sim um direito básico para todos os estudantes brasileiros.

Além dos desafios destacados, é fundamental ressaltar que o cenário da educação digital brasileira não está estagnado. Eventos como o RIEFA – Rumos da Inovação na Educação do Futuro Agora, promovido pelo Instituto Conhecer Brasil em parceria com a Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia de São Paulo, representam marcos significativos no panorama educacional do país. O projeto reuniu especialistas, educadores, startups e visionários, proporcionando um fórum essencial para discutir e traçar novos rumos na inovação educacional. “Ao centrar-se na diversidade de ideias e na busca por soluções criativas dentro do contexto PHYGITAL (fusão das palavras em inglês physical [físico] e digital), o projeto contribui diretamente para a formação de cidadãos preparados para navegar e contribuir ativamente para a sociedade digital”, pontua Humberto.

Diferenciando-se das tradicionais discussões sobre ensino, o RIEFA abordou as tendências globais mais recentes, oferecendo ações práticas para enfrentar os desafios da inclusão digital. “Estamos determinados a contribuir para o futuro da educação no Brasil, não apenas fornecendo tecnologia, mas também promovendo a inclusão digital para todos, por meio de novas metodologias de capacitação”, conta Wemerson Marinho, um dos idealizadores e representante do Instituto Conhecer Brasil.

O evento não apenas se concentrou nas barreiras existentes, mas também propôs soluções tangíveis, estimulando um diálogo construtivo entre os participantes. Mais do que isso, o RIEFA não se limitou ao âmbito acadêmico, estimulando ativamente o ecossistema de inovação e tecnologia. “No Brasil, há a previsão de abertura de cerca de 800 mil novas vagas de trabalho na área de tecnologia até 2025, mas estima-se que mais de 500 mil não serão ocupadas por falta de profissionais qualificados, caso não haja mudança da situação atual”, explica o Professor Marcelo Vieira, coordenador do Programa de Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP e do Observatório do Futuro do Trabalho.

Ao promover a integração entre a sociedade, empresas e universidades, o evento contribuiu para um ambiente mais dinâmico e colaborativo. Essa abordagem não apenas reconhece a importância de superar os desafios práticos da tecnologia na educação, mas também destaca a necessidade de colaboração entre diferentes setores para impulsionar efetivamente a inovação educacional no Brasil.

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