A crescente popularidade do nomadismo digital entre profissionais autônomos está redefinindo o conceito de “local de trabalho”. Cerca de 35 milhões de pessoas em todo o mundo adotaram essa modalidade de trabalho, segundo o estudo Nomadic Nuances: The Current State of Digital Nomadism in 2024. De acordo com a pesquisa, são profissionais de áreas diversas, como engenheiros, designers, profissionais de marketing e comunicação.
Profissionais estão buscando a flexibilidade de viver e trabalhar em qualquer lugar, aproveitando os benefícios do “geo arbitrage”, que permite viver em locais de baixo custo enquanto mantêm seus salários de países com alto custo de vida.
Além da qualidade de vida proporcionada por esse modelo de trabalho, cerca de 36% dos nômades digitais relatam ganhos anuais entre $100.000 e $250.000, segundo estudo do Project Untethered. A quantia é consideravelmente superior ao salário médio americano. A vantagem financeira é ampliada pela habilidade de morar em destinos com custo de vida mais baixo, esticando ainda mais o dólar.
Apesar das atraentes perspectivas de ganhos e da liberdade de locomoção, o estilo de vida dos nômades digitais não é desprovido de desafios. A conectividade confiável à internet e a gestão das diferenças de fuso horário são obstáculos significativos. Além disso, o acesso a cuidados de saúde adequados e seguros também é uma grande preocupação para aqueles que escolhem essa forma de trabalho.
Em meio a esses desafios e oportunidades, Stephanie Haidar, jornalista e nômade digital, destaca a transformação de vida que o trabalho remoto possibilitou. “A pandemia me permitiu viver o trabalho remoto pela primeira vez, e isso transformou minha visão de trabalho e vida. Tive a oportunidade de estar mais tempo com minha tia em seus últimos dias de vida, e isso me fez perceber a importância de uma vida com qualidade e propósito. Foi assim que decidi abraçar plenamente o trabalho remoto para poder viver de maneira mais autêntica e satisfatória. E como amo viajar, o nomadismo digital foi o modelo perfeito pra mim”, compartilha.
Diversos países têm reconhecido e adaptado suas políticas para acomodar o crescente número de nômades digitais, introduzindo vistos específicos que permitem a esses profissionais viver e trabalhar remotamente em suas fronteiras. A Itália, por exemplo, lançou um visto para nômades digitais que facilita a estadia prolongada de trabalhadores remotos internacionais, permitindo-lhes desfrutar da rica cultura e belas paisagens enquanto mantêm suas ocupações globais. Outros países que adotaram iniciativas semelhantes são Portugal, Espanha e Bali, cada um oferecendo condições específicas e benefícios para atrair profissionais que desejam explorar o mundo sem renunciar à sua carreira.