O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia, nesta terça-feira (28), a primeira reunião sob a liderança do novo presidente Gabriel Galípolo. O cenário econômico, marcado pela alta do dólar e pelo aumento no preço dos alimentos, pressionou o diretório do BC a decidir sobre o próximo movimento na taxa Selic.
A expectativa é de que o Copom eleve a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano, conforme indicam as projeções da mais recente edição do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado realizados pelo BC.
Esse aumento seria a quarta levantada consecutiva, seguindo a linha solicitada pelo Copom para enfrentar a pressão inflacionária. Na última reunião, em dezembro, o comitê indicou que a Selic seria elevada em 1 ponto percentual nas reuniões de janeiro e março. A decisão se justifica, em parte, pelas incertezas externas e pelos ruídos causados pelo pacote fiscal do governo no fim do ano passado, que atingiu um ambiente de maior cautela na economia.
A decisão será anunciada pelo Copom nesta quarta-feira (29), ao final do dia. Desde a queda para 10,5% ao ano entre junho e agosto de 2024, os táxons começaram a ser ajustados para cima a partir de setembro, com aumentos sucessivos de 0,25 ponto, 0,5 ponto e 1 ponto percentual.
O comitê confirmou que o cenário econômico exige uma política monetária contracionista, reafirmando a intenção de continuar com elevações de 1 ponto percentual nas reuniões de janeiro e março de 2025.
A Selic, que é uma taxa básica de juros, serve como referência para diversas taxas de juros na economia, incluindo as de crédito e financiamento, além de ser utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). O aumento da Selic tem como principal objetivo controlar a inflação, tornando o crédito mais caro e diminuindo a demanda na economia.
O Banco Central, por meio de operações de mercado aberto, ajusta a quantidade de dinheiro em circulação, comprando e vendendo títulos públicos federais. Essas ações são essenciais para manter a taxa de juros próxima ao valor determinado nas reuniões do Copom, buscando sempre o controle da inflação e do equilíbrio econômico.
*Com informações da Agência Brasil