Oferta de R$ 9 bilhões marca estreia da Cosan e companhia já planeja nova emissão

A Cosan (CSAN3) definiu o preço de sua primeira oferta pública de ações (Follow-on) em R$ 5 por papel, conforme comunicado ao mercado na segunda-feira (3). A operação, que envolveu a emissão de 1,81 bilhão de ações, resultou em uma captação total de R$ 9,06 bilhões.

O preço de fixação de R$ 5 por ação representou um desconto de mais de 17% em relação ao valor de fechamento dos papéis no pregão de segunda-feira, quando estavam cotados a R$ 6,09. Do valor total arrecadado, R$ 1 por ação será incorporado ao capital social da empresa, e os R$ 4 restantes serão destinados à reserva de capital. Com esta manobra, o capital social da Cosan passará a ser de aproximadamente R$ 10 bilhões, distribuído em cerca de 3,7 bilhões de ações.

Em paralelo à conclusão da primeira etapa, a companhia anunciou uma segunda oferta de ações, que tem o potencial de captar até R$ 1,44 bilhão adicional. Os recursos totais das operações serão utilizados para fortalecer a liquidez e o perfil de crédito da Cosan, bem como de suas controladas e investidas, incluindo a Raízen (RAIZ4).

As ações da primeira oferta começarão a ser negociadas na B3 a partir de 5 de novembro, com a liquidação física e financeira prevista para 10 de novembro. A Cosan informou que os investidores terão um prazo para desistência da compra em função do anúncio da segunda oferta.

No que tange ao período de bloqueio (lock-up), metade das ações subscritas por investidores institucionais e não institucionais estará bloqueada por dois anos. Já os investidores âncora, que participaram via Nova Holding, terão um compromisso de longo prazo mais rígido, com quatro anos de lock-up sobre metade de suas ações e 100 dias sobre a outra metade.

A operação, cujo anúncio inicial movimentou o mercado no final de setembro, visa reequilibrar a estrutura de capital da holding de Ometto, que vinha enfrentando alto endividamento. No final de 2024, a Cosan reportava dívidas de R$ 23,5 bilhões e registrou um prejuízo de R$ 9,4 bilhões, sobre uma receita anual de R$ 44 bilhões. O CFO da Cosan, Rodrigo Araujo, esclareceu em entrevista anterior que os recursos da transação serão integralmente alocados para fortalecer a estrutura de capital da Cosan, e não serão utilizados para capitalizar diretamente a Raízen (RAIZ4).

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