Os planos de reestruturação da OpenAI abrem caminho para uma potencial oferta pública inicial (IPO) no futuro, mas a decisão final dependerá das condições dos mercados públicos e da prontidão da empresa, afirmou a diretora financeira da OpenAI, Sarah Friar, nesta quarta-feira.
A OpenAI, que recebeu um investimento de mais de US$ 13 bilhões da Microsoft, havia delineado em dezembro planos para converter seu braço com fins lucrativos em uma corporação de benefício público (PBC), uma estrutura que busca equilibrar os retornos dos acionistas com objetivos sociais. Recentemente, a criadora do ChatGPT ajustou esses planos, mantendo a organização sem fins lucrativos no controle do PBC por meio de uma participação acionária majoritária, mas permitindo que o braço com fins lucrativos levante mais capital para acompanhar o ritmo acelerado da corrida pela inteligência artificial.
“Um PBC nos leva a um evento passível de IPO… se e quando quisermos”, disse Friar durante o Dublin Tech Summit. Ela ponderou, com cautela: “Ninguém tuitou nesta sala que Sarah Friar acabou de dizer algo sobre a OpenAI finalmente abrir o capital. Eu não disse. Eu disse que isso poderia acontecer.”
Questionada sobre os fatores que influenciariam uma decisão de realizar um IPO, Friar explicou que, como para qualquer empresa que planeja ingressar no mercado de ações, tanto a OpenAI quanto os mercados precisariam estar preparados. “Você pode aparecer no altar pronta para ir, e se o mercado não estiver pronto para você, sim, você está sem sorte”, comparou.
“É por isso que você precisa construir uma empresa que seja sustentável e segura, independentemente de onde estejam os mercados públicos e de quão aberta essa janela esteja”, acrescentou a CFO.
Para se tornar uma empresa de capital aberto, Friar também apontou a necessidade de “algum senso de previsibilidade” nos negócios. “O mercado tolera um certo grau de imprevisibilidade. Principalmente quando o crescimento é alto… mas o mercado não gosta muito disso”, observou.
Friar também ofereceu uma perspectiva sobre a escala de capital que a OpenAI pode demandar. Segundo ela, enquanto um centro de dados de 1 gigawatt tem um custo aproximado de US$ 50 bilhões, o “apetite e a ambição” da empresa nos próximos anos a levariam a buscar algo próximo de 10 gigawatts em capacidade.
A executiva destacou o rápido crescimento do mercado de busca com inteligência artificial como uma prioridade para a OpenAI. Embora a empresa busque eficiências operacionais, seu foco principal permanece na criação do próximo produto inovador. “O mercado de buscas está se tornando um grande mercado”, afirmou Friar. “Nesse mundo, eu realmente não quero que as pessoas gastem uma quantidade excessiva de tempo tentando economizar 1% a mais, quando eu preferiria que elas saíssem e criassem o próximo produto de última geração.”
*Com informações da Reuters