Participação dos salários no PIB brasileiro caiu 12% 

As informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas levam em consideração a remuneração dos trabalhadores


A participação dos salários dos trabalhadores no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou uma queda de 12,9% ao longo de cinco anos, atingindo o seu pior resultado em 16 anos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa queda tem sido observada desde 2016, quando atingiu o seu ápice, representando 35,5% do PIB.

No período entre 2004 e 2016, a participação dos salários no PIB cresceu 16,3%, passando de 30,6% para 35,67%. Por outro lado, durante esse mesmo período, a participação do excedente operacional bruto das empresas diminuiu 6,6%, caindo de 34,6% para 32,3% do PIB.

Os dados do IBGE também incluem a variável “remuneração dos trabalhadores”, que, além dos salários, englobam as contribuições sociais pagas pelos empregadores e governo por pessoa empregada. É importante ressaltar que as contribuições não são diretamente usufruídas pelas famílias dos trabalhadores.

O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, argumentou que os dados da instituição mostram uma reversão na tendência de aumento da participação dos salários no PIB, observada entre 2004 e 2016.

“A construção lenta e difícil que levou 12 anos para mudar positivamente o peso da renda do trabalho no PIB foi rapidamente desfeita nos últimos anos de regressão neoliberal. Isso acabou colocando o Brasil novamente entre os países com baixos salários, empregos precarizados e uma grande quantidade de pessoas excluídas e sem perspectivas”, afirmou Pochmann.

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