O mercado internacional de petróleo encerrou a semana em baixa, com os contratos futuros registrando queda pela terceira sessão consecutiva. As cotações da commodity foram pressionadas por temores de que a Opep+ — grupo que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados — decida aumentar a produção em um futuro próximo.
A queda também refletiu a divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos, que ficaram abaixo das expectativas do mercado, e notícias sobre a Índia. Foram criadas apenas 22 000 vagas de trabalho não-agrícolas, bem abaixo da expectativa de 75 000 e do resultado revisado de 79 000 em julho. O relatório é considerado um indicador-chave da saúde da economia americana, influenciando decisões de política monetária e movimentações nos mercados financeiros.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro teve uma baixa de 2,53%, cotado a US$ 61,87 por barril. Já o Brent, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 2,22%, fechando a US$ 65,50 por barril. Na semana, a queda acumulada foi de 3,34% para o WTI e 2,93% para o Brent.
De acordo com a agência de notícias Bloomberg, a Arábia Saudita, líder do grupo, tem defendido a retomada da produção para recuperar a participação de mercado, especialmente em um cenário em que países como Angola buscam ampliar sua extração.
Em um movimento que gerou atenção, a ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman, afirmou que o país “sem dúvida comprará petróleo russo”, mesmo diante das ameaças de retaliação por parte dos Estados Unidos.
Apesar da recente desvalorização, analistas do Swissquote Bank alertam que os riscos geopolíticos permanecem elevados, com o aumento das tensões entre a Rússia e a Ucrânia.
Além disso, a divulgação do relatório de emprego (payroll) de agosto nos EUA, que mostrou uma criação de vagas abaixo do esperado, reforçou os temores de uma desaceleração da economia global entre os investidores.