Os preços do petróleo bruto operam em forte queda nesta terça-feira, atingindo níveis não vistos em quase quatro anos. O movimento é um claro sinal de que a oferta global está superando a demanda, com o mercado se ajustando a um cenário de grande excedente.
Por volta das 13h20 (horário de Brasília), o contrato mais negociado do West Texas Intermediate (WTI) registrava queda de 2,89%, sendo negociado a US$ 55,18 o barril. Pela primeira vez desde fevereiro de 2021, o WTI chegou a ser negociado abaixo da marca de US$ 55.
O Brent, referência global, também sofreu forte pressão, caindo 2,71%, para US$ 58,92 o barril. No início da sessão, o Brent havia rompido a barreira psicológica de US$ 60 o barril pela primeira vez desde maio.
As expectativas de um excedente foram impulsionadas por uma onda de nova oferta do cartel OPEP+ e por um aumento na produção de países das Américas, principalmente dos Estados Unidos. O crescimento da demanda tem sido mais fraco do que o esperado, contribuindo para o desequilíbrio do mercado.
Nos últimos dias, novas expectativas de um acordo para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia reduziram o prêmio geopolítico que há muito tempo era embutido nos preços do petróleo bruto, diminuindo o risco de interrupção no fornecimento.
Sinais de fraqueza estão se acumulando em toda a estrutura do mercado de petróleo. Os preços do Oriente Médio entraram em um padrão de contango no início desta terça-feira. Contango é uma estrutura de mercado baixista que sinaliza excesso de oferta, onde os barris para entrega imediata são mais baratos do que os contratos futuros.
Além disso, os elevados prêmios para combustíveis refinados (como gasolina e diesel) em relação ao petróleo bruto, que vinham sustentando os preços no mês passado, também diminuíram, removendo um importante suporte de preço.









