Conheça a história de Bruno Corano, economista e investidor da Corano Capital
As experiências “financeiras” vividas na minha adolescência desenharam o profissional que me tornei. Tenho 45 anos, há pelo menos moro em Nova York, nos Estados Unidos (já tinha morado outros 6 anos antes), sou economista e investidor, atuo no mercado financeiro há 30 anos e estou à frente da Corano Capital.
Minha vida sempre foi dedicada às finanças, ao empreendedorismo e ao esporte.
Meus pais eram muito jovens e, por esse e outros motivos, fui criado pelos meus avós paternos. Quando eu tinha 15 anos meu avô cortou a minha mesada. Eu estava acostumado a gastar dinheiro comigo e com os amigos e a situação se mostrou desafiadora. O empreendedorismo aflorou naquele momento.
Comecei a trabalhar na cantina da escola e, em poucos meses, consegui comprar o negócio. Foi o primeiro de muitos investimentos. Nessa época, influenciado pelo meu avô, fui trabalhar com um importante investidor e economista brasileiro.
Ao mesmo tempo me dediquei ao esporte. Fui piloto de motovelocidade por 17 anos e tricampeão da modalidade máxima do motociclismo nacional, a SuperBike (motos de série de 1.000cc). E tive muitas experiências em provas na Inglaterra, Espanha, Portugal e Itália. O desafio que o esporte impõe foi decisivo no mundo dos negócios, que leva à superação e ampliação de horizontes. Resumindo: levei a competitividade vivida nas pistas para os negócios.
Meu foco, atualmente, é na gestão dos meus próprios fundos de investimentos, por meio de uma asset management. Eu tenho participação em empresas de diversos setores e de tempos em tempos aceito o convite para participar no conselho de grandes companhias. A Corano Capital fica em Nova York e tem US$ 2 bilhões de dólares sob gestão, recursos de (de famílias ou de família) famílias e de poucos investidores que me acompanham há anos.
Origem
Eu nasci e cresci em São Paulo. E sempre tive meus pensamentos voltados ao empreendedorismo e às finanças. Estudei economia na Universidade da Pensilvânia e fiz inúmeros cursos nas universidades de Harvard, Columbia e MIT. Na infância eu gostava de natação e também de jogar tênis: cheguei a competir e ganhei alguns torneios com o tênis. Mas a velocidade falou mais alto.
Fui piloto profissional de motovelocidade, tetracampeão de SuperBikes, instrutor chefe da MotoSchool no Brasil, apresentador do Moto+, da Band, e presidente da Associação de Pilotos da Motovelocidade, além de fundador do SBK Brasil, da Honda Junior Cup, e do MotoTest, entre outros projetos.
Sou tetracampeão da modalidade máxima do motociclismo nacional, e profundo conhecedor das bases da pilotagem. Tudo isso em razão da minha insistente dedicação ao esporte e ampliação de conhecimentos. Fui Piloto Revelação em 2005, Vice-Campeão Brasileiro em 2006, Campeão em 2009, 2010, 2012 e 2017.
Além disso, gosto muito de histórias e de pessoas – de propagar o que ouço e aprendo. Fui um dos responsáveis pela volta do programa Manhattan Connection, do qual sou produtor executivo, apresentado por mim e pelos âncoras originais, Lucas Mendes, Diogo Mainardi e Caio Blinder. O Manhattan Connection está completando 30 anos. Apresento também o Wall Street Cast, um vídeocast semanal criado por mim e gravado em um estúdio em Times Square, que recebe brasileiros que se destacam em suas áreas.
Assumir riscos
Minha vida nas pistas e nas finanças foi sempre rodeada de riscos. O primeiro passo para assumir um risco é entender profundamente suas dimensões. Isso significa avaliar não apenas as possíveis recompensas, mas também os desafios potenciais, baseando-se em dados, preferencialmente complementados por simulações em cenários hipotéticos. Riscos devem ser vistos como oportunidades de aprendizado. Abrace uma mentalidade de crescimento que valorize a experiência adquirida, independentemente do resultado. Isso ajuda a construir resiliência e a adotar uma perspectiva de longo prazo.
Fazer a preparação e planejamento são passos essenciais, mas a capacidade de agir rapidamente quando a oportunidade surge é o que muitas vezes separa o sucesso do fracasso. Desenvolva sua intuição e confie em sua experiência para saber quando é o momento certo. Assumir riscos é um exercício de equilíbrio, uma prática de malabarismo entre o potencial de realização e a possibilidade de falha. No entanto, é por meio dos riscos que a inovação e o crescimento são mais frequentemente alcançados.
Crescimento
Nossas habilidades precisam estar emparelhadas com o ambiente de trabalho dinâmico da atualidade. A única forma de reagir é investindo em educação continuada, seja por meio de cursos, workshops ou mentorias.
A essência do crescimento está em três fatores: querer (ter gana, vontade), suas competências emocionais (disciplina e persistência, por exemplo) e seu estado reflexivo (adquirir conhecimento, dados, informações e desenvolver métodos). Não importa se você é um profissional iniciando a carreira ou com muita experiência. Pergunte-se: “Estou aberto a novas ideias, tecnologias e metodologias de trabalho?”. Com tantas novidades disponíveis, os gestores sabem que é impossível dominar tudo. Sua capacidade de se adaptar rapidamente a situações e desafios será inestimável.
Eis algumas questões que vão ajudá-lo a aprimorar seu autoconhecimento. Valorizo o networking? Construir e manter uma rede de contatos é mais do que apenas fazer conexões, pois no final tudo é sobre criar relacionamentos significativos, que podem oferecer apoio, insights e oportunidades.
Peço e dou feedback? Isso é crucial. Ele nos ajuda a entender nossas áreas de força e as que precisam de melhoria, permitindo um crescimento direcionado. Encarar desafios e fracassos como oportunidades de aprendizado, ao invés de obstáculos, é a chave para o desenvolvimento contínuo. Minhas metas são claras? Saber para onde você está indo é tão importante quanto batalhar para chegar lá. Definir metas claras e alcançáveis ajuda a manter o foco e a direção.
Pode parecer exagerado, mas negociamos todos os dias; no trabalho, no relacionamento amoroso, com seus filhos, pais e amigos. Perdemos grandes oportunidades na vida por achar que negociação é coisa de políticos tentando resolver conflitos diplomáticos.
Negociação é um processo de comunicação presente em nosso cotidiano, envolvendo duas ou mais pessoas, procurando chegar a um acordo sobre o objeto (ou objetos) em questão. Dependendo da complexidade do assunto, o acordo é mais difícil de alcançar e exige estratégias variadas. A negociação geralmente é do tipo distributiva quando o ambiente em questão é altamente competitivo e exige rapidez na abordagem. Ela é comumente chamada de negociação ganha-perde, quando um lado precisa ceder para o outro vencer. Ainda que não seja ideal, ela é extremamente comum no universo corporativo e natural quando se trata de mercado.
Neste tipo de situação, o acordo é importantíssimo, mas de nada adianta se ele for firmado com a empresa concorrente. Perder não é uma opção e é preciso estar disposto a uma abordagem agressiva. Já a negociação do tipo integrativa é conhecida também como ganha-ganha. É o compromisso ideal em que todas as partes saem satisfeitas e construindo algo de valor. É preciso confiança para firmar este modelo de acordo, transparência para apresentar os objetivos de cada um e interesse mútuo em construir algo. Apesar de tão almejada, ela exige tempo, flexibilidade e recursos, que muitas vezes não estão disponíveis.
Uma das habilidades mais importantes do bom negociador é a flexibilidade. É preciso ter foco no objetivo para mudar a direção do acordo no momento em que a oportunidade surgir. Além da sua capacidade de adaptação, existem outras estratégias que vão aumentar o seu poder de barganha em todas as negociações: seja com seu chefe, seu funcionário ou seu companheiro.
A primeira delas é a transparência. Não importa o tipo de negociação adotada. Pessoas se conectam com pessoas e são muito mais capazes de dizer um “sim” para quem transmite verdade em suas intenções. Transparência é a melhor forma de se conquistar confiança. Outra é a empatia. Você já deve ter ouvido de uma pessoa mais velha: “Você tem dois ouvidos e uma boca”? Aprenda a ouvir antes de falar. Entenda o ponto de vista, as metas, os anseios de quem você está tentando convencer. A comunicação será ainda mais fácil se você compreender o que move seu interlocutor.
Inteligência emocional: você não está pronto para receber um “não”, se não sabe como recusar as coisas. Você não está pronto para negociar se acreditar que toda recusa significa uma rejeição pessoal. É preciso uma boa dose de autoconfiança para entrar em batalhas argumentativas. Por fim, destaco a comunicação persuasiva. O objetivo da persuasão é influenciar alguém a algo. Alguns nascem com o dom da retórica, mas outros aprendem ao longo do tempo.
Mudanças são necessárias
A única constante no mundo atual é a mudança. No entanto, muitas vezes nos encontramos resistindo a ela, agarrando-nos ao familiar e temendo o desconhecido. O medo da mudança é algo comum a todos nós, mas também é uma barreira que pode nos impedir de crescer e prosperar em nossas carreiras.
Acredito que o medo da mudança possa estar enraizado na incerteza. Mudar significa sair da zona de conforto, enfrentar o desconhecido e lidar com desafios imprevistos. No entanto, é importante lembrar que é justamente nesses momentos de desconforto que nosso crescimento pessoal e profissional pode florescer.
A chave para superar o medo da mudança é desenvolver a resiliência profissional. É preciso mudar a mentalidade. Em vez de enxergar a mudança como uma ameaça, veja-a como uma oportunidade de aprendizado e crescimento. Lembre-se de que as maiores realizações, muitas vezes, surgem de momentos de mudança. Faça sua pesquisa e esteja bem informado sobre as mudanças que estão por vir. Quanto mais você souber, menos desconhecido parecerá. E não esqueça de construir uma rede de apoio; compartilhar seus medos e preocupações com colegas de trabalho, mentores ou amigos pode ajudar a aliviar a pressão e oferecer perspectivas valiosas.
Aprenda a se adaptar rapidamente a novas situações e a ser flexível em sua abordagem. A capacidade de se adaptar é uma habilidade valiosa no mundo profissional em constante evolução. Tenha um plano e metas bem definidos para orientar seu caminho durante a mudança. Isso pode fornecer um senso de propósito e direção.
Lembre-se de que o medo da mudança é uma emoção natural, mas não deixe que ele o impeça de alcançar seu pleno potencial. Ao desenvolver sua resiliência profissional e adotar uma mentalidade de crescimento, é possível transformar a mudança de um obstáculo em uma oportunidade. No final das contas, são os momentos de mudança que nos desafiam e nos fazem crescer, nos permitindo alcançar novos patamares em nossas carreiras. Então, não tema a mudança, abrace-a e abra-se para um futuro repleto de oportunidades emocionantes!
Liderança
Ser um líder vai muito além de apenas gerenciar uma equipe; trata-se de inspirar, orientar e capacitar.
Ao longo da minha jornada profissional, sendo funcionário ou gestor, aprendi que um bom líder compreende as necessidades e preocupações de sua equipe. A empatia permite tornar qualquer espaço mais solidário e compreensivo.
Transparência é fundamental e a comunicação não é uma mera soft skill para um líder. Ela é uma essential skill. A habilidade de comunicar visões, ideias e expectativas de maneira clara é fundamental. Assim como ouvir ativamente. Ainda que você tenha nascido com talento para tanto, é possível aprimorar essas características.
Se esforce para ouvir as pessoas sem interrompê-las e quando tiver dúvidas, faça perguntas para que seus funcionários e colaboradores percebam o seu interesse. Na segunda explicação, você pode se surpreender com aquele ponto de vista. Aprenda um pouco sobre linguagem corporal e outras formas de comunicação não verbal para sentir quando avançar, quando pressionar, quando recuar. Faça o exercício constante de se colocar no lugar do outro.
Ser confiável e ético em todas as ações conquista o respeito e a confiança da equipe. Um líder que age com integridade inspira sua equipe a fazer o mesmo. Ele sabe que não pode fazer tudo sozinho, por isso delega as responsabilidades de maneira adequada. Isso não só alivia o seu próprio fardo, mas também capacita e traz confiança para o time.
O ambiente de trabalho está sempre mudando e um líder deve ser capaz de se adaptar rapidamente a novas situações e desafios. Um líder visionário não apenas define metas claras, mas também inspira sua equipe a alcançá-las, motivando e encorajando constantemente.
Investir no desenvolvimento profissional da equipe, oferecendo oportunidades de aprendizado e crescimento, é essencial para o sucesso de todos. Um líder eficaz está sempre buscando melhorar a si mesmo, reconhecendo suas próprias fragilidades e trabalhando nelas.
As ações e as palavras do líder são aquelas capazes de influenciar a todos ao seu redor e transformar o futuro.